|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo concede crédito de R$ 4 bi a Estados
Dinheiro virá do FAT e taxa de juros será de 9,25% ao ano, menor que a paga por microempresários ao BNDES
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os governadores poderão tomar emprestado até R$ 4 bilhões pagando juros abaixo de
mercado para enfrentar a queda de arrecadação causada pela
crise financeira e transferir a
conta para os seus sucessores.
A medida integra o pacote de
socorro que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva prometeu a
Estados e municípios para evitar um desaquecimento ainda
maior na economia neste ano.
O dinheiro equivale a cerca
de um mês de repasses do FPE
(Fundo de Participação dos Estados), principal transferência
obrigatória da União aos caixas
estaduais. O montante será
composto por recursos do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador), que são repassados pelo BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social). Os governadores poderão se financiar pagando juros
de 9,25% ao ano. Se comparados aos atuais, de 11,25% ao
ano, os Estados podem ter um
ganho implícito de R$ 80 milhões em um ano.
"O governo entendeu que essa é a fonte [de recursos] mais
adequada para essas operações.
[Os financiamentos] não comprometem de maneira alguma
a meta [de aperto fiscal]", disse
o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Cléber Oliveira.
Segundo ele, só terão acesso
ao dinheiro os Estados que
cumprirem os limites de endividamento da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), entre
eles relação entre dívida e receita e gastos com pessoal. O financiamento terá um ano de
carência -as operações fechadas no fim deste ano só começarão a ser pagas pelos governadores eleitos em 2010.
Investimentos
Também foi incluída a exigência de que os empréstimos
sejam usados exclusivamente
para investimentos ou refinanciamento de dívidas. Mas, na
prática, a limitação não existe.
O governador que tomar dinheiro emprestado pode direcionar recursos para obras e,
com o que sobrar em caixa, fazer o pagamento de despesas
como folha de pagamentos.
Para viabilizar o socorro, o
governo foi obrigado a abrir exceção nas regras de endividamento do setor público. Os
bancos têm limite máximo de
empréstimos que podem fazer
a Estados e municípios.
O repasse dos R$ 4 bilhões,
porém, não será incluído no teto de financiamentos. Há outras exceções como aplicações
em saneamento e habitação.
A Bahia será a maior beneficiada, com limite de até R$ 376
milhões. O Distrito Federal terá o limite menor, R$ 27,6 milhões. Os cinco Estados que
mais receberão recursos (BA,
CE, MA, PE e PA), num total de
R$ 1,478 bilhão (36,9% do total), são governados por aliados
de Lula. O critério de divisão,
segundo o governo, foi o dos repasses do FPE, o que explica
transferências mais altas a Estados de regiões mais pobres.
Texto Anterior: Outro lado: Candidatos negam ter agido com má-fé Próximo Texto: Polícia: PF troca ocupantes de seus principais postos de comando Índice
|