São Paulo, terça, 21 de abril de 1998

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No velório, presidente se emociona e chora


da Reportagem Local

O presidente Fernando Henrique Cardoso ficou emocionado nos 45 minutos em que permaneceu no velório de Sérgio Motta. Por três vezes, enxugou as lágrimas com um lenço. Ao seu lado, Ruth Cardoso também chorou.
O avião presidencial chegou ao aeroporto de Congonhas às 14h20. Acompanhavam o presidente quase todo o seu ministério. Um segundo avião presidencial chegou em seguida, com seguranças.
De carro, ao lado de Ruth, FHC deixou o aeroporto às 14h40 em direção à Assembléia Legislativa, local do velório. Foi direto para a sala da presidência da Casa, onde estava a família de Sérgio Motta.
FHC ficou mais de dez minutos com a família do ministro. Também estavam na sala o ministro da Saúde, José Serra, o governador Mário Covas e o vice-governador Geraldo Alckmin. Todos estavam acompanhados de suas mulheres.
Protegidos por seguranças, FHC entrou no salão do velório às 15h15. Ao seu lado, vinham Wilma, viúva do ministro, Ruth e seu filho, Paulo Henrique, Covas e Lila. Ficaram ao lado do caixão.
FHC demonstrava muita emoção. Terno azul, camisa e gravata na mesma cor, o presidente manteve-se imóvel diante do caixão. Iniciada a cerimônia religiosa, levou pela primeira vez o lenço ao rosto para enxugar lágrimas.
Em voz baixa, FHC e Ruth repetiam as preces do padre. Por mais duas vezes, o presidente enxugou as lágrimas -em uma delas retirou o óculos. Em seguida, ajudou a fechar e a levar o caixão até o carro do Corpo de Bombeiros.
Houve tumulto na descida da rampa da Assembléia. O ministro Clóvis Carvalho, da Casa Civil, estava irritado com o assédio da imprensa. Gritava para fotógrafos e cinegrafistas em volta do caixão. Apesar da confusão, FHC levou o caixão até o carro dos bombeiros.
Ao retornar pela rampa da Assembléia, abraçou Wilma e suas filhas. Acompanhado de auxiliares, se dirigiu à sala da presidência e sentou-se, abatido, em uma poltrona. Ao lado dele estava o ministro da Educação, Paulo Renato.
O presidente não foi ao cemitério. Seus assessores disseram que o motivo foi a viagem que ele faria, à noite, para a Espanha. Às 15h55, retornou ao aeroporto de Congonhas e embarcou para Brasília.



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