São Paulo, terça, 21 de abril de 1998

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Triunvirato tucano pode tomar lugar de Motta em campanha

da Reportagem Local

A morte do ministro Sérgio Motta (Comunicações) deixou os tucanos órfãos. Com seu estilo explosivo de fazer política, Motta era, para o PSDB, não apenas um ministro forte, mas também o principal articulador do governo Fernando Henrique Cardoso. "Serjão deixa um vácuo muito grande. É uma figura inesquecível", lamentou o governador tucano Mário Covas (SP), que decretou luto de três dias em São Paulo.
O ministro não poupava críticas aos adversários e até aos aliados. Gostava de alardear que falava com o aval do presidente. Agora, os tucanos precisam definir quem vai ocupar o seu lugar.
"Para o partido, ele é uma figura insubstituível. Ele tinha uma forma de atuar característica. O Serjão era provocador e agora teremos de trabalhar sem ele", disse o vice-presidente do PSDB, deputado Arnaldo Madeira (SP).
A hipótese mais provável é que o espaço político de Motta seja ocupado por um triunvirato a ser formado pelo governador Tasso Jereissati (CE), pelo ex-deputado Pimenta da Veiga (MG) e pelo ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas, que deve comandar a campanha de FHC. "Vamos ter de pensar numa alternativa. Talvez a solução seja um grupo de pessoas", afirmou Pimenta da Veiga.
No início do governo FHC, Pimenta da Veiga deixou a presidência do PSDB devido a desentendimentos com Motta. "Eu não gosto da palavra insubstituível", disse ele, ao ser indagado sobre a dificuldade de o PSDB preencher a lacuna deixada pelo ministro.
Ao velório de Motta, compareceram os governadores tucanos Mário Covas (SP), Marcello Alencar (RJ), Eduardo Azeredo (MG), Tasso Jereissati (CE), Albano Franco (SE) e Dante de Oliveira (MT). Os governadores Antônio Britto (PMDB-RS), Jaime Lerner (PFL-PR) e Roseana Sarney (PFL-MA) também foram prestar homenagem ao ministro.
Entre os políticos estavam pesos-pesados como o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), seu filho Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), líder do governo na Câmara, e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Os ministros Pedro Malan (Fazenda), José Serra (Saúde), Paulo Renato de Souza (Educação), Eliseu Padilha (Transportes), Renan Calheiros (Justiça), Clóvis Carvalho (Casa Civil) e Francisco Turra (Agricultura) estavam no velório. (LD e PA)



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