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Notícia é recebida com tranquilidade pelo mercado
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local
A morte do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que movimentava as Bolsas com suas declarações, teve pouco impacto no
mercado acionário, ontem.
A Bolsa de Valores de São Paulo
oscilou de acordo com os ventos
vindos de Nova York e as ações da
Telebrás variaram ao sabor do
vencimento das opções.
"A perda de Motta já vinha sendo absorvida há algum tempo pelo
mercado", diz o diretor do Banco
Real Renê Aduan.
"Os sinais eram muito claros de
que o quadro do ministro era irreversível", afirma Manuel Maceira, do Banco Tendência.
Para Rodrigo Moraes, do Banco
Rendimento, os substitutos de
Sérgio Motta já escolhidos pelo
governo ajudam a manter o mercado tranquilo.
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Luiz Carlos
Mendonça de Barros, que ficou
responsável por encaminhar a privatização no setor de telecomunicações, é "um homem com muito
know-how, que participa ativamente do processo em outros segmentos econômicos".
Graça Paiva, da Ativa Corretora
de Valores, completa: "Sérgio
Motta deixou todo o processo de
privatização da Telebrás pronto,
com o cronograma determinado.
A venda da empresa caminha praticamente sozinha."
Os especialistas destacam ainda
que o governo precisa dos mais de
US$ 25 bilhões que a venda do sistema Telebrás deve gerar para financiar seu déficit nas contas externas. Por isso, vai continuar a
priorizar essa privatização.
Com a morte do ministro agora,
as perdas para o governo são políticas, avalia Maceira. "Motta tinha um papel-chave, de articulação e coordenação."
Segundo Graça Paiva, "o ministro das Comunicações era uma
pessoa forte no governo. Seu poder teve de ser dividido."
Renê Aduan considera que o
mercado financeiro está hoje amadurecido, só tem oscilações bruscas com crises mundiais, como a
asiática, e sabe que ninguém é insubstituível. "Motta era um quadro excelente. Mas o governo tem
outros", diz ele.
Os debates sobre quem será o
novo ministro a ser indicado pelo
presidente Fernando Henrique
Cardoso já começaram ontem e o
próprio Luiz Carlos Mendonça de
Barros foi cotado como o mais
provável substituto.
Depois de abrir em baixa de cerca de 0,5% contra o fechamento da
sexta-feira, de R$ 146 o lote de mil,
as ações da Telebrás fecharam
com queda de 1,16%.
Mas os papéis da empresa chegaram a subir para R$ 147,99 acompanhando a alta da Bolsa nos EUA
e os negócios com as opções.
A queda da Telebrás derrubou o
índice Bovespa, formado pelos papéis mais negociados na Bolsa de
Valores de São Paulo.
Os papéis da Telebrás foram,
ontem, responsáveis por nada menos do que 57,2% do volume total
de dinheiro girado na Bovespa,
que fechou em queda de 0,66%.
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