da Sucursal de Brasília

O diretor do Banco Marka Francisco de Assis enviou uma carta a Francisco Lopes pedindo, em 18 de janeiro, novo socorro à instituição. O pedido foi atendido no dia seguinte. O documento assinado por Assis foi encontrado pelo Ministério Público na casa de Lopes.
No texto, o diretor do Marka relata as dificuldades de um fundo de investimento do banco, o Marka Nikko, e pede socorro ao BC.
Àquela altura, o BC já havia assumido, em 14 de janeiro, compromissos do Marka de vender US$ 1,265 bilhão a cotações mais baixas que as de mercado. A segunda ajuda, a um fundo administrado pelo banco, envolveu contratos de US$ 370 milhões.
"Sei que as questões são macro. Mas resolvi recorrer a V. Excia. porque a Marka Nikko foi afetada por uma confluência de fatores adversos: primeiro, estar na posição errada; segundo, porque os fundos derivativos tiveram grande volume de saques; terceiro, por causa da regra da BM&F (ajuste paulatino), tive que realizar ativos "bons" (juros e Bolsa) e ficar com ativo "ruim" (o futuro de câmbio)", relatou Assis.
Em seguida, o diretor pede ajuda a Lopes: "De modo que tenho um grande risco de ter os fundos com enorme rentabilidade negativa ou mesmo de quebrar. Por isso, estou escrevendo a V. Excia. para analisar a situação. Estimaria muito que me desse dez minutos ao telefone. Agradeço a sua atenção. Com admiração, Francisco de Assis".
(LUCIO VAZ)


Texto Anterior: Juíza autoriza quebra de sigilo judicial
Próximo Texto: Procuradores negam violação de sigilo
Índice