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PF investiga
participação
de militares
da Sucursal de Brasília
A Polícia Federal e o Ministério
da Aeronáutica investigam há seis
meses a suposta participação de
militares no tráfico internacional
de cocaína e o eventual envolvimento dos grandes cartéis do narcotráfico no crime.
Segundo apurou a Agência Folha, na operação, batizada de ""Mar
aberto, conexão Rio", os policiais
investigam ainda a utilização de
aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) como meio de transporte da
droga para outros países.
O uso dos aparelhos foi sinalizado anteontem, com a apreensão de
32,96 quilos de cocaína em um cargueiro Hercules C-130 da FAB. O
avião, de prefixo 2466, foi retido na
base aérea de Recife, durante escala técnica.
O cargueiro, que pertence ao 1º
Esquadrão do 1º Grupo de Aviação
do Rio de Janeiro, especializado no
transporte de tropas, seguiria para
Palma de Mallorca, na Espanha, de
onde retornaria carregado com peças de reposição para a FAB.
A droga estava guardada em
duas malas comuns, de cor azul
marinho. Os 30 pacotes estavam
cobertos com uma espécie de algodão sintético e embrulhados em
papéis decorados com desenhos de
personagens como o Mickey.
No caso da cocaína apreendida, a
suspeita é de que os sinais indiquem que foi fornecida pelo cartel
de Cali, na Colômbia. Testes feitos
pela PF revelaram que o grau de
pureza da droga é de 98,96%.
Para confirmar que haveria tráfico internacional, os policiais
aguardaram que o avião se posicionasse na pista para decolagem.
Só após o comandante do cargueiro pedir autorização para a partida, o vôo foi abortado.
Os cinco tripulantes do avião foram detidos e começaram a ser interrogados ontem. O Ministério da
Aeronáutica determinou a instauração de Inquérito Policial Militar
para apurar o caso.
Em nota oficial, o órgão, por
meio de seu Centro de Comunicação Social, considerou o fato ""um
caso isolado" e informou que ""novas medidas de controle estão sendo adotadas" para impedir a ocorrência de ""fatos semelhantes".
Na nota, o ministério afirma ainda que os tripulantes do cargueiro
supostamente dois oficiais e três
sargentos não foram presos.
Segundo o documento, eles permanecem na Base Aérea de Recife
apenas para ""prestar informações" que possam ""contribuir para
os trabalhos de investigação".
O Ministério da Aeronáutica
classificou de "caso isolado" a
apreensão. A nota afirma que a
operação "foi planejada e conduzida pela Aeronáutica, com o apoio
da Polícia Federal".
"As investigações, que vinham
sendo realizadas pelo Centro de
Inteligência da Aeronáutica, cercadas do grau de sigilo que a atuação
requeria, atingiram o objetivo de
colher provas materiais", diz a nota da Aeronáutica.
Ainda segundo a Aeronáutica, a
ação "neutralizou a tentativa de
utilização de aeronaves militares
para fins de tráfico".
A Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) não foi informada previamente da operação. O subsecretário de Coordenação de Repressão da Senad, Newton Mousinho,
disse que necessita de cópia do inquérito policial-militar para acionar os órgãos de repressão na Europa, uma vez que a cocaína tinha
como destino o continente.
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