São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Senador daria maior densidade política à chapa governista; Rita Camata é opção devido ao apelo feminino

PMDB se inclina por Simon para vice

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cúpula do PMDB está inclinada a indicar o senador Pedro Simon (RS) para vice do pré-candidato tucano à Presidência, José Serra. A deputada federal Rita Camata (ES) continua no páreo, mas sua cotação diminuiu.
O presidente do PMDB, o deputado federal Michel Temer (SP), já sondou Simon e Rita, que se mostraram dispostos a superar divergências com a direção do partido e fortalecer o grupo favorável à aliança. Cerca de um terço do PMDB luta contra o apoio a Serra.
Temer está consultando dirigentes para fechar a indicação e bater o martelo com Serra. Ontem à noite, o presidente do PMDB e o pré-candidato tucano se reuniram em São Paulo para discutir o nome do vice. PSDB e PMDB querem anunciar a decisão amanhã.
Se o tucano preferir Rita, o PMDB deverá aceitar. No entanto, Serra e caciques tucanos deram sinais de que vêem com bons olhos o senador gaúcho.
O grande trunfo de Rita é ser mulher, o que supostamente daria à chapa maior apelo de marketing entre o eleitorado feminino, público no qual o presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva, aumentou seu apoio, segundo a última pesquisa Datafolha.
A Folha apurou, porém, que Nizan Guanaes, marqueteiro de Serra, acha mais importante que a aliança saia logo. Para Nizan, Simon e Rita têm vantagens diferentes. O gaúcho Simon, por exemplo, daria maior densidade política à chapa, avalia Nizan.
Enfraquecida pela derrubada de Henrique Eduardo Alves -deputado federal potiguar que na quinta-feira era dado como certo na vaga de vice e que na sexta já estava fora do páreo devido à reportagem da revista "IstoÉ" sobre suposta fortuna no exterior não-declarada ao Fisco-, a cúpula do PMDB busca um nome com boa imagem pública e que amplie a maioria pró-Serra.
É o caso de Simon, político com reputação de honesto e membro do grupo "autêntico" -ala histórica do partido que vem desde o antigo MDB. Além disso, ele estava de bem com a cúpula até setembro passado, quando apoiou a eleição de Temer para presidente do partido. Simon também abraçou, com a cúpula, a candidatura de Jader Barbalho (PA) a presidente do Senado em 2001.
Simon se chocou com a direção nacional quando viu que ela optara pela aliança com Serra. Ele desejava disputar a Presidência, mas, depois que essa possibilidade morreu, mostrou vontade de ser vice do tucano, a quem faz elogios públicos. Simon acha Serra melhor do que o presidente Fernando Henrique Cardoso.
No papel de oposição, Simon fez mais alarde, com discursos no Senado que ganharam fama de derrubar ministros. Já Rita tem ficha oposicionista mais exuberante. Votou contra os principais projetos de FHC no Congresso.
Com Simon, a cúpula do PMDB, que conta ter 60% dos votos na convenção oficial de 15 de junho, avalia que alcançará até 70%. Exemplo: o ex-prefeito de Joinville (SC) Luiz Henrique, que foi cotado para vice, divulgou nota ontem em apoio a Simon.


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