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Suplicy defende
direito a assinar
o pedido de CPI
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) irá defender hoje, na
reunião do Diretório Nacional
do partido, o direito de os parlamentares petistas subscreverem o pedido de instalação da
CPI dos Correios.
Para tanto, irá recorrer a uma
frase largamente utilizada pelo
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva: "a questão ética é fundamental". Suplicy afirmou que
"inúmeras vezes" ouviu de Lula essa afirmação. Nesta semana, o presidente solidarizou-se
com o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), citado
numa gravação como o beneficiário de um esquema de corrupção nos Correios. Lula afirmou que não se pode prejulgar
ninguém.
Ontem, o Campo Majoritário, tendência que tem maioria
no partido, reuniu-se em São
Paulo para definir o encaminhamento do assunto na reunião de hoje. O ministro-chefe
da Casa Civil, José Dirceu, participou do encontro.
Suplicy afirmou que dos 13
senadores do PT, 8 são favoráveis à CPI dos Correios. E relatou que o líder do governo no
Senado, Aloizio Mercadante
(SP), e o líder do partido, Delcídio Amaral (MS), argumentaram para a bancada que uma
CPI, neste momento, "é contrária ao interesse público" e
será utilizada pela oposição
"para inviabilizar a administração de Lula".
Porém Suplicy, que afirmou
que deseja fazer a melhor defesa do governo Lula, não se convence com esse tipo de alegação. "É razoável e de bom-senso que assinemos, em que pese
todo o problema que a CPI
possa ocasionar."
O senador acredita que há
uma distinção entre o caso da
gravação nos Correios e o de
Waldomiro Diniz, ex-assessor
de José Dirceu acusado de pedir propina ao empresário Carlos Cachoeira, no ano passado.
Na ocasião, a oposição protocolou um pedido de CPI, mas
ela não foi instalada.
"O caso Waldomiro ocorreu
antes da posse do presidente
Lula, e agora ocorre em uma
empresa federal", lembrou, para acrescentar: "E, neste caso,
há referências a pessoas do
Congresso, que podem ou não
ser responsáveis por atos [de
corrupção]."
Apesar de defender o direito
de os parlamentares petistas
assinarem o pedido de CPI, o
senador adiantou que pretende
agir "em consonância e respeito às instâncias do partido".
"Vou esperar a reunião de
amanhã [hoje] para decidir o
que fazer", afirmou.
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