São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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entrevista

Duda acha que TV e rádio vão definir eleição

DO COLUNISTA

Pelo telefone, Duda Mendonça estabeleceu desde logo: "Vamos falar exclusivamente disso, tá bom?". Reafirmou que não vai fazer campanha "nem neste ano nem no próximo e nem sei se vou fazer mais". Sobre internet, ele avalia que 2006 ainda não é o ano em que ela vai fazer a diferença. (NS)  

FOLHA - Nos EUA, fala-se que a internet pode ser uma nova televisão, para o marketing político-eleitoral. Qual é a sua opinião?
DUDA MENDONÇA
- A influência da internet na comunicação de maneira geral será cada vez maior. Os blogs já estão aí, mostrando a sua força. Agora, isso vai se sentir com o passar dos anos. Como o uso do computador no Brasil ainda não chegou de forma significativa à população de baixa renda, e é ela quem decide eleição, acho que ainda nesta campanha a grande importância será da TV e do rádio. Já se fará sentir a influência da internet na camada jovem e, sobretudo, nas classes média-alta e alta, que é quem está usando. Mas ainda não será desta vez, apesar de não se poder dispensar sua importância.

FOLHA - Você crê que o impacto pode vir a ser semelhante ao da TV, como disse nos EUA o presidente do Partido Republicano?
MENDONÇA
- À medida que se popularize, sim, porque ela tem som, tem imagem. De certa forma, a internet é quase uma televisão, com vantagens, virtudes. Tem uma interatividade maior, as pessoas conversam, têm resposta, podem bater papo com o candidato. E sobretudo o cara pode acessar a hora que quiser. A televisão escraviza, você tem que ficar ali, não fazendo nada e assistindo. Internet, não: tem mais maleabilidade. Com o passar do tempo, a tendência é crescer.

FOLHA - O publicitário Fernando Barros comentou que seu maior temor é quanto ao marketing viral. Você vê assim também?
MENDONÇA
- É difícil fazer futurologia. Acho que a internet vai crescer para o bem e para o mal. De início como novidade, com impacto maior. Depois se sedimenta e passa a ter influência relativa. O povo está cada vez menos influenciável por mensagens de propaganda. Elas têm que ser cada vez mais verdadeiras, consistentes. Ele não aceita truque mais.

FOLHA - Mauro Paulino, do Datafolha, avalia que o efeito da internet neste ano deve ser pequeno porque está em xeque aquela imagem dos formadores de opinião. O que você acha?
MENDONÇA
- Eu nunca acreditei nisso. Com o passar do tempo, o que vem se demonstrando, e quem assiste a grupos de discussão vê isso, é que a maior influência é de um colega de trabalho, um amigo. Não é de nenhuma camada mais esclarecida.


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