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entrevista
Duda acha que TV e rádio vão definir eleição
DO COLUNISTA
Pelo telefone, Duda Mendonça estabeleceu desde logo: "Vamos falar exclusivamente disso, tá bom?". Reafirmou que não vai fazer
campanha "nem neste ano
nem no próximo e nem sei se
vou fazer mais". Sobre internet, ele avalia que 2006 ainda não é o ano em que ela vai
fazer a diferença.
(NS)
FOLHA - Nos EUA, fala-se que a
internet pode ser uma nova televisão, para o marketing político-eleitoral. Qual é a sua opinião?
DUDA MENDONÇA - A influência da internet na comunicação de maneira geral será cada vez maior. Os blogs já estão aí, mostrando a sua força.
Agora, isso vai se sentir com
o passar dos anos. Como o
uso do computador no Brasil
ainda não chegou de forma
significativa à população de
baixa renda, e é ela quem decide eleição, acho que ainda
nesta campanha a grande
importância será da TV e do
rádio. Já se fará sentir a influência da internet na camada jovem e, sobretudo,
nas classes média-alta e alta,
que é quem está usando. Mas
ainda não será desta vez,
apesar de não se poder dispensar sua importância.
FOLHA - Você crê que o impacto
pode vir a ser semelhante ao da
TV, como disse nos EUA o presidente do Partido Republicano?
MENDONÇA - À medida que se
popularize, sim, porque ela
tem som, tem imagem. De
certa forma, a internet é quase uma televisão, com vantagens, virtudes. Tem uma interatividade maior, as pessoas conversam, têm resposta, podem bater papo com o
candidato. E sobretudo o cara pode acessar a hora que
quiser. A televisão escraviza,
você tem que ficar ali, não fazendo nada e assistindo. Internet, não: tem mais maleabilidade. Com o passar do
tempo, a tendência é crescer.
FOLHA - O publicitário Fernando
Barros comentou que seu maior
temor é quanto ao marketing viral. Você vê assim também?
MENDONÇA - É difícil fazer
futurologia. Acho que a internet vai crescer para o bem
e para o mal. De início como
novidade, com impacto
maior. Depois se sedimenta e
passa a ter influência relativa. O povo está cada vez menos influenciável por mensagens de propaganda. Elas
têm que ser cada vez mais
verdadeiras, consistentes.
Ele não aceita truque mais.
FOLHA - Mauro Paulino, do Datafolha, avalia que o efeito da internet neste ano deve ser pequeno porque está em xeque aquela
imagem dos formadores de opinião. O que você acha?
MENDONÇA - Eu nunca acreditei nisso. Com o passar do
tempo, o que vem se demonstrando, e quem assiste
a grupos de discussão vê isso,
é que a maior influência é de
um colega de trabalho, um
amigo. Não é de nenhuma
camada mais esclarecida.
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