|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CPI DOS BINGOS
Senado fará pesquisa para definir futuro do jogo no país
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Bingos, presidida pelo senador Efraim Morais (PFL-PB), encomendou
pesquisa de opinião para ajudar a definir o futuro do jogo
no país. Até terça-feira que
vem, a Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado ouvirá 1.072 eleitores
por telefone em todos os Estados. A regulamentação
imediata dos bingos, porém,
é uma alternativa descartada
no relatório final da CPI.
A pesquisa se concentrará
em 111 municípios sorteados
entre diferentes faixas de
renda, escolaridade e expectativa de vida da população.
O resultado vai orientar o relatório do senador Garibaldi
Alves Filho (PMDB-RN), cuja apresentação está prevista
para o início de junho.
O relator trabalha com
duas alternativas: 1) propor a
regulamentação dos jogos
sob rígido controle estatal e
subordinada ao resultado de
um referendo popular em
2008 ou 2) convocar um plebiscito popular na próxima
eleição municipal para decidir se os bingos serão ou não
liberados. Nesse último caso,
a CPI não apresentaria proposta de liberação do jogo.
A pesquisa da CPI não se
limita a consultar se os eleitores são a favor ou contra o
jogo, mas avalia também
possíveis modelos de funcionamento e controle. "Não é
uma enquete rápida, queremos saber como o jogo aparece no imaginário da população", disse Ana Lúcia Novelli, que coordena a pesquisa. Os jogos de bingos, assim
como as máquinas "caça-níqueis", estiveram liberados
no Brasil de 1993 a 2001.
No início do mandato, o
presidente Lula chegou a defender a regulamentação da
atividade. Foi criado um grupo de trabalho, cujo resultado propunha liberar os bingos sob controle da Caixa
Econômica Federal. As negociações foram atropeladas
no início de 2004 pelo escândalo Waldomiro Diniz. O ex-assessor do então chefe da
Casa Civil José Dirceu havia
sido flagrado pedindo propina ao empresário de jogos
Carlinhos Cachoeira.
Com o escândalo, o governo recuou e acabou propondo a proibição dos bingos e
caça-níqueis por meio de
medida provisória. Pouco
mais de dois meses depois, o
Senado derrubou a MP.
O assunto foi parar no Supremo Tribunal Federal. Em
agosto de 2004, o STF entendeu que a falta de legislação
federal sobre os bingos deveria manter suspensa a atividade no país. Apesar disso,
segundo a CPI, há cerca de
400 casas de bingos funcionando hoje no Brasil, clandestinamente ou com base
em liminares judiciais.
Texto Anterior: Campanha "Natal sem Fome" acaba após 13 anos Próximo Texto: Frase Índice
|