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PF acha lista de presentes e acelera análise de papéis
Procuradoria-Geral da República pede pressa para checar documentos obtidos
Material recolhido na sede da Gautama incluiria lista de presentes para funcionários públicos em, supostamente, troca de favores à empresa
ANDREZA MATAIS
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pedido da Procuradoria
Geral da República, a Polícia
Federal antecipou em um dia a
análise dos documentos
apreendidos na Operação Navalha para encaminhar ao Congresso as informações referentes a parlamentares que podem
resultar em processos pelo Senado ou Câmara.
As atenções foram concentradas no material recolhido
nos escritórios da empreiteira
Gautama. Nele, segundo a Folha apurou, há uma lista de presentes a funcionários públicos,
além dos documentos citando
deputados e senadores relacionados a dinheiro.
A intenção do procurador-geral da República, Antonio
Fernando de Souza, é encaminhar a lista com os nomes dos
parlamentares o mais rápido
possível ao Congresso, mesmo
sem pedido oficial dos presidentes das duas Casas.
Nas pastas apreendidas estariam listadas a contabilidade
das obras da Gautama e a contabilidade paralela.
A PF já manifestou, porém,
cautela na avaliação dos documentos, a fim de evitar expor
nomes de políticos registrados
pela Gautama, mas que não estariam envolvidos no suposto
esquema de desvio de verba.
Na relação apreendida estariam relacionados mais de 30
funcionários públicos que teriam recebido "pequenos agrados" como gravatas e perfumes.
Os presentes de maior valor
atingiriam R$ 700. O código de
conduta do funcionalismo público impede receber presentes
acima de R$ 100. A pena é uma
advertência. O valor das propinas somaria R$ 2,1 milhões.
Os documentos, boa parte
apreendida em Salvador, na sede da Gautama, chegaram à sede da PF em Brasília no sábado
à noite. Ontem, 20 agentes foram escalados para analisar a
papelada, o que estava previsto
para acontecer a partir de hoje.
Um dos senadores citados na
documentação é Delcídio Amaral (PT-MS). A PF chegou a seu
nome por meio das gravações
telefônicas de Zuleido Veras.
Em uma delas, Luiz Gonzaga
Salomon, amigo de Delcídio,
pede ajuda a Zuleido para quitar dívida de R$ 24 mil do senador referente ao aluguel de um
jatinho. Depois, ao analisar papéis da Gautama, a PF encontrou nota fiscal com a anotação
do nome do petista e a referência aos R$ 24 mil e ao aluguel.
Delcídio reconheceu a dívida
e o pedido do avião, para viajar
a Barreto (SP) para o enterro do
sogro. "Não existe a possibilidade de eu ter pedido o avião a
Zuleido. Eu pedi ajuda ao Luiz
Gonzaga, mas não sei o que ele
fez depois."
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