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Lago soltou
verba no dia de
suposta propina
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS
No dia em que houve o
suposto pagamento da
propina a dois sobrinhos
do governador do Maranhão, Jackson Lago
(PDT), o Diário Oficial do
Estado publicou um decreto do governador autorizando um suplemento
de crédito de R$ 11,5 milhões para a construção e
restauração de pontes, rodovias e estradas vicinais.
O decreto não especifica
em que obras o dinheiro
será gasto.
Segundo a Polícia Federal, Alexandre Maia Lago e
Francisco de Paula Lima
Júnior, sobrinhos do governador, receberam R$
240 mil da Gautama, no
dia 21 de março, em hotel
em Brasília, como contrapartida para a liberação de
pagamentos de obras da
Gautama no Estado, supostamente irregulares.
O governador estava em
Brasília na data, e, segundo a PF, encontrou-se com
os sobrinhos em hotel. No
mesmo dia, foi publicado o
decreto. O crédito suplementar foi destinado à Secretaria de Infra-Estrutura, cujo titular, Ney Bello,
foi preso na Operação Navalha e solto na sexta.
Diálogos captados pela
PF, por grampo telefônico,
em 20 e 21 se março, mostram que a Gautama estava em vias de receber parcela de pagamento das
pontes. O diretor da Gautama no Maranhão, Vicente Vasconcelos Coni, diz a
Zuleido Veras, em 20 de
março: "É muito importante a gente liberar aquele negócio hoje, entendeu?
Aquilo que eu lhe falei.
Mas é muito importante
mesmo!". Ambos estão
presos.
A construtora Gautama
assinou contrato com governo do Estado, em 2003,
para construção de 119
pontes, no valor de R$ 153
milhões. O projeto emperrou por falta de verba.
A Folha revelou, ontem,
que o preço da licitação
para as pontes apresentava superfaturamento de
R$ 63 milhões, de acordo
com engenheiros da própria Secretaria de Infra-Estrutura do Estado.
Outro lado
A assessoria do governador Jackson Lago disse
que Ney Bello dará entrevista hoje, em Brasília,
após depor na PF e que
responderá a indagações
sobre as obras da Gautama. Segundo a assessoria,
não há, no governo estadual, outra pessoa autorizada a dar informações sobre o caso.
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