São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Para ontem

Passados os depoimentos de José Aparecido e André Fernandes, a ordem na base governista é encerrar a CPI dos Cartões o mais rapidamente possível. Pedidos de acareação entre os dois e de depoimentos de outros personagens do caso do dossiê de gastos de FHC, como Erenice Guerra, Norberto Temóteo e Nélio Lacerda serão tratorados de forma sumária.
Ciente de que não vai extrair mais nada dali, a oposição torce para que a Polícia Federal conclua o inquérito antes do término da CPI, o que poderia lhe dar novo fôlego. Por isso mesmo, o QG governista fará tudo para encerrar os trabalhos no prazo, 8 de junho.



Agente 86. Segundo Luiz Sérgio (PT-RJ), havia uma "metodologia de comunicação codificada" na troca de e-mails entre Aparecido e Fernandes, posto que as mensagens terminavam sempre com "sds". Informado por colegas de que essa é a abreviação de "saudações", o relator insistiu: "Mas não se tratava de nenhum código?".

Spam. Fernandes disse que Aparecido entrava na lista dos destinatários a quem mandava coisas "desimportantes". Já Aparecido arrancou gargalhadas ao dizer qual era o tema mais freqüente entre os dois: textos de auto-ajuda.

Ficha. O "briefing" passado à tropa de choque descreve Fernandes como alguém que "trabalha 24 horas, ex-petista frustrado e raivoso, contumaz vazador e bastante perigoso".

Megafusão 1. Deve ser anunciada hoje uma aliança que causará barulho em Salvador. Pelo acordo, o ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB), líder nas pesquisas, terá como vice o radialista Raimundo Varella (PRB), segundo colocado. O acordo foi costurado pelo presidente da Rede Record, Alexandre Raposo, da Igreja Universal.

Megafusão 2. Para fechar a aliança, Raposo pediu aos tucanos o envolvimento de José Serra (PSDB). Varella e Imbassahy embarcaram ontem para São Paulo, onde se encontrariam com o executivo da emissora e seriam recebidos pelo governador.

Malagueta. Antes mesmo do anúncio, o acerto PSDB-PRB já provoca reações iradas. ACM Neto, pré-candidato do DEM, está uma onça com Serra, aliado nacional, por lhe tirar oxigênio em Salvador. O governador diz que não participou da negociação.

Laços. Envolvida no escândalo de desvio do BNDES, a consultoria Progus, de Marcos Mantovani, registra em seu site como um dos principais "parceiros" o escritório do advogado Ricardo Tosto, indicado para o conselho do banco pela Força Sindical. Ambos chegaram a ser presos na Operação Santa Tereza.

Magoei. Governadores da Amazônia, Ivo Cassol (sem-partido-RO) à frente, articulam um desagravo a Blairo Maggi (PR-MT), bombardeado pelo novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Será na primeira reunião do fórum de governadores da região, dia 30, no Pará. O evento consta da agenda de Lula.

Assim não. A Procuradoria da República no Pará decidiu recorrer da decisão judicial em favor da Eletrobras que autorizou Camargo Corrêa, Odebrecht e Andrade Gutierrez a participarem, sem licitação, da análise de impacto ambiental da hidrelétrica de Belo Monte, obra do PAC.

Mistério. Está por ser explicado o empenho do deputado baiano João Bacelar (PR) em colher assinaturas para a CPI do caso Alstom, centrado em São Paulo. Para governistas, ele estaria a serviço do DEM, interessado em desgastar Geraldo Alckmin (PSDB). Já os "demos" dizem que Bacelar trabalha a pedido do governador Jaques Wagner (PT).

Visita à Folha. Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de George Moraes, diretor de Comunicação Corporativa e vice-presidente da Oi Futuro, e de Tom Camargo, da FSB Comunicações.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

É esperteza do governo dizer que não vai interferir na recriação da CPMF. Sua base funciona como boneco de ventríloquo.

Do deputado DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP), sobre a recomendação de Lula aos ministros para que a proposta de recriação do imposto do cheque parta exclusivamente no Legislativo.

Contraponto

Biodiversidade

Júlio Delgado (PSB-MG), Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) e Marcelo Ortiz (PV-SP) comentavam, no bate-papo após o futebol semanal dos deputados em Brasília, a troca de Marina Silva por Carlos Minc no Ministério do Meio Ambiente. O tucano elogiava o prestígio internacional e o perfil discreto da demissionária.
-É uma ave rara-, brincou Coutinho.
Júlio Delgado aproveitou para alfinetar o substituto:
-Pois é, rara e em extinção. E que foi substituída por um mico barulhento e aparecido!


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