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Só baixo clero defendeu governo em depoimento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O baixo clero do Congresso assumiu ontem a linha de
frente da estratégia de defesa
do governo e de José Aparecido Nunes Pires na CPI dos
Cartões Corporativos. Resultados: tentativa de emplacar
uma teoria conspiratória que
nem Aparecido sustentou e
um festival de agressões ao
assessor da oposição André
Fernandes.
Logo no início, quando ficou claro que os principais
nomes do governo no Congresso não dariam a cara a tapa na CPI, as intervenções já
mostravam que os parlamentares de baixa visibilidade pública roubariam a cena.
O deputado Carlos William (PTC-MG) exigiu no
início do depoimento que
Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR),
jurasse dizer a verdade com a
mão sobre a Bíblia.
A presidente da CPI, Marisa Serrano (PSDB-MS), vetou. William rebateu: "Para
mim, tudo o que ele disser no
depoimento vai ser mentira
porque sou cristão". A deputada Perpétua Almeida (PC
do B-AC) repreendeu William. "Pare de falar em nome de Deus pelo amor de
Deus." Na sua vez de perguntar, Perpétua falou num tom
de voz alto e agudo, chamando o assessor de "dedo-duro"
que traiu um amigo.
O baixo clero tentou construir a tese de que servidores
indicados por Fernandes para trabalhar com Aparecido
poderiam ter usado o computador do antigo chefe do
Controle Interno da Casa Civil para vazar o dossiê. O próprio Aparecido disse que não
acreditava nessa hipótese.
William disse que o assessor tucano "era um "arquitetador" de falso documento".
Mais uma vez, o depoimento
de Aparecido desmontou a
tese. O ex-servidor da Casa
Civil disse que o documento
enviado a Fernandes havia
sido produzido na pasta da
ministra Dilma Rousseff.
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