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Assessor de tucano aponta Erenice como responsável por dossiê
André Fernandes afirmou que e-mail enviado por ex-funcionário da Casa Civil foi tentativa de intimidar o PSDB para evitar CPI
José Aparecido negou
que tenha acusado braço direito de Dilma; pode haver acareação hoje, quando a comissão será retomada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O assessor do senador Álvaro
Dias (PSDB-PR) André Eduardo da Silva Fernandes apontou,
em depoimento à CPI dos Cartões, a secretária-executiva da
Casa Civil, Erenice Guerra, como a responsável pela confecção do dossiê anti-FHC.
Ele confirmou ontem que recebeu a informação de José
Aparecido Nunes durante almoço no Clube Naval, no qual o
ex-secretário de Controle Interno da pasta teria dado detalhes do trabalho. Aparecido negou. Os dois podem participar
de acareação hoje, quando a
reunião da CPI será retomada.
"No almoço eu queria saber
se ele tinha vazado o dossiê. Foi
quando ele contou como foi feito. Ele estava transtornado
com a coisa e só falava: foi a
Erenice que preparou um banco de dados seletivo", afirmou.
Aparecido teria dito ainda que
Maria de Soledad Castrillo, da
Diretoria de Recursos Logísticos da pasta, foi quem coordenou a compilação de dados.
André Fernandes negou ter
gravado o encontro no Clube
Naval, mas não descartou a
existência da gravação. A Folha
apurou que a conversa foi gravada em um telefone celular.
André estava disposto a revelar
o conteúdo numa sessão secreta que acabou rejeitada, por 12
votos a 7, pelos integrantes da
CPI. A negativa de André sobre
a gravação deve-se ao fato de
ele não ter mencionado a existência dela à Polícia Federal.
Ele disse a pessoas próximas
que usará o registro "num momento oportuno".
À PF André disse que, além
de Aparecido, participou do almoço Nélio Lacerda Wanderlei. Ontem, revelou que o funcionário do TCU (Tribunal de
Contas da União) cedido ao Senado, Marco Polo Simões, também estava presente.
Para André Fernandes, o
e-mail com gastos exóticos do
governo Fernando Henrique
Cardoso foi uma forma de intimidá-lo e também ao PSDB,
para evitar a instalação da CPI.
"Para mim, foi uma intimidação. Ele tentou me usar como
peão duas vezes", disse.
Em 2004, segundo o assessor
de Álvaro Dias, Aparecido lhe
procurou durante a CPI do Banestado. Na época, André assessorava outro tucano, Antero
Paes de Barros. Aparecido teria
pedido que abandonasse Paes
de Barros e se mudasse para o
lado mais forte, o do PT.
Nesse momento, a amizade
que começou em 1991 foi rompida, de acordo com André. A
reaproximação foi em 2006
porque ele disse ter "um coração de manteiga". Ao contrário
de Aparecido, André foi muito
criticado na CPI. "Seu caráter é
também de manteiga?", ironizou Paulo Teixeira (PT-SP).
André contou que enviou um
e-mail para dez amigos, entre
eles Aparecido, em 19 de fevereiro com charges sobre corrupção. Aparecido respondeu
convidando-o para almoçar.
No dia 20, André respondeu
que telefonaria e, em seguida,
recebeu uma mensagem com
dois arquivos anexados, sendo
um deles o dossiê.
Além da montagem do dossiê, André revelou que o ex-funcionário da Casa Civil lhe
fez outras denúncias sobre
Erenice. Ele queria apresentar
acusações na sessão secreta rejeitada. "São fatos que não têm
conexão direta com o dossiê.
(...) Pode ser só fofoca."
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