|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mangabeira defende pecuária intensiva em áreas devastadas
Ministro elogia governador mato-grossense e diz que "Amazônia não é apenas coleção de árvores", mas grupo de 25 mi de pessoas
Mangabeira se diz favorável à ampliação de mecanismos de fundos internacionais para financiar preservação e ações de desenvolvimento
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
O ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos),
responsável pela coordenação
do PAS (Plano Amazônia Sustentável), defendeu ontem a
necessidade de um "plano estratégico" para a Amazônia que
incluiria a "intensificação da
pecuária" nas áreas já desmatadas da região e o uso de financiamentos internacionais para
a preservação. A manifestação
do ministro foi feita logo após
seu encontro, em Cuiabá, com
o governador de Mato Grosso,
Blairo Maggi (PR).
"A Amazônia não é apenas
uma coleção de árvores, mas
um grupo de pessoas. Nela vivem mais de 25 milhões de brasileiros. Se essas pessoas não tiverem oportunidades econômicas, serão impelidas a uma
atividade desordenada que levará ao desmatamento", disse o
ministro, cuja nomeação para o
PAS foi apontada como um dos
motivos da saída de Marina Silva da pasta do Meio Ambiente.
Sobre Maggi, Mangabeira
disse que o encontro mostra o
"compromisso sagrado" de ambos na busca pela "reconciliação entre desenvolvimento e
preservação". "É preciso lembrar que Mato Grosso não é
apenas Amazônia, é também
Centro-Oeste. E desempenha
um papel exemplar na construção da agricultura brasileira. É
um dos dínamos agrícolas, não
só do Brasil, mas do mundo."
Segundo o Inpe, Mato Grosso
foi o Estado que mais devastou
a Amazônia nos últimos cinco
meses de 2007 -na lista dos 36
municípios que mais desmatam a floresta, 19 são mato-grossenses. Para o ministro,
porém, não é hora de "atribuir
culpas ou medalhas".
Ao enumerar os pontos principais de seu plano para a região, citou a regularização fundiária. "A partir daí será possível estabelecer um grande zoneamento econômico e ecológico para a região, definindo estratégias para a Amazônia com
floresta e sem floresta."
Nas áreas "sem floresta"
-definidas por ele como "áreas
de transição entre a Amazônia
e o cerrado"-, defendeu o incentivo a uma agricultura "moderna e democratizada". Ele se
disse favorável à ampliação dos
mecanismos que prevêem fundos internacionais para financiar preservação e projetos de
desenvolvimento.
Texto Anterior: Mato Grosso do Sul: PF prende grupo por extração ilegal de madeira Próximo Texto: Indicado para o Ibama se nega a acelerar licenças Índice
|