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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Lula ataca gestão FHC ao rebater críticas
Presidente responde a Alckmin, que chamou de burrice pagamento de dívida com FMI, e diz que país não tem de depender de favor
Petista recorre ao futebol e
se compara a Ronaldinho
Gaúcho, afirmando que faz
política como o atacante
joga bola: com alegria
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARAUCÁRIA (PR)
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PASSO FUNDO (RS)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva devolveu as críticas
do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin -que
chamou de "burrice" a decisão
de pagar a dívida do país com o
FMI-, tratando de desqualificar os governos do antecessor,
o tucano Fernando Henrique
Cardoso, sem citar nomes.
"Eu me lembro que, quando
ganhei as eleições, o Brasil era
obrigado a vender dólar para
baratear o dólar. Hoje compramos para encarecer um pouco o
dólar. O Brasil vivia com seu
ministro da Fazenda correndo
para Washington todo final de
ano para poder fechar as contas
com o FMI. Hoje não pagamos,
devolvemos ao FMI US$ 15,6
bilhões que estavam ali [parados], sobre os quais a gente estava pagando juros", disse Lula.
"Não queremos o FMI, não
queremos mais o Clube de Paris, ou seja, só queremos dizer
ao mundo uma coisa que todo
mundo gosta de dizer: o Brasil é
uma nação grande e não temos
que depender de favor."
A declaração rendeu aplausos dos cerca de 1.500 petroleiros, dirigentes do PT e outros
convidados no lançamento de
testes do H-Bio, um novo combustível da Petrobras, na Repar
(Refinaria Presidente Getúlio
Vargas), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba.
O presidente reagiu à ameaça
da oposição de questionar na
Justiça suas viagens pelo país
durante a campanha dizendo
que os adversários querem é
que ele fique em casa. "A vida
de um presidente da República
que governa um país de 8 milhões e meio de quilômetros
quadrados é viajar o país. Viajava o país antes [de assumir o governo], durante, vou continuar
viajando agora, que sou presidente, e depois, no dia em que
não for mais presidente."
Quando falava do futuro dos
projetos de energia alternativa
de petróleo, Lula fez comentários sobre quanto espera viver.
Disse que está com 60 anos e
tem, "geneticamente", expectativa de mais dez, 15 ou 20
anos de vida. "Sei lá, também se
for para ficar carcomido, não
interessa. Só se eu estiver bem,
assim [como agora]."
Para dizer que as realizações
de seu governo conduzem o
país a um novo patamar, Lula
recorreu ao futebol. "Nunca vi
um povo mais exigente que nós.
Nossa seleção ganhou de um a
zero, de dois a zero, mas não
nos contentamos. (...) Digo que
sou daqueles que acham que,
mesmo que for de um a zero, é
importante até chegar à final".
Em Passo Fundo (287 km de
Porto Alegre), onde esteve após
deixar o Paraná, Lula se comparou ao jogador Ronaldinho
Gaúcho. Após dizer que o país
vive um "momento excepcional", fez referência indireta à
oposição, afirmando que "tem
gente nervosa pelo Brasil afora,
tem gente que está brava". E se
comparou ao craque: "Nestas
alturas, estou fazendo política
como o Ronaldinho Gaúcho joga bola: com alegria. Até porque
estou nisso porque quero."
Lula foi a Passo Fundo lançar
a pedra fundamental da primeira indústria de biodiesel do
Sul. Antes de chegar ao local,
enfrentou dois protestos: um
no aeroporto, de produtores
rurais; outro no acesso ao distrito industrial, de militantes
do PSOL e do PSTU.
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