São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2006

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Vaga de vice de Lula é entrave a acordo PT-PSB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A vaga de vice-presidente na chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o principal entrave hoje à aliança PT-PSB. O presidente do PSB, deputado federal Eduardo Campos (PE), trabalha para obter o posto, mas Lula tem preferência pelo ex-ministro Ciro Gomes.
Para completar o PT não esconde que quer manter José Alencar em um eventual segundo governo de Lula. O partido teme o fortalecimento do PSB para a eleição de 2010, quando poderia emplacar Ciro como candidato.
Ao final de uma reunião da comissão política do PT, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, deixou clara a preferência: "Entendo dessa maneira [Alencar deve ser mantido] porque ele já é o vice. Alencar teve um papel importante neste mandato. Ajudou no Ministério da Defesa e já mostrou compromisso político". Apesar disso, ressalvou que a escolha é uma equação complexa e que o PSB também condições de preencher a vaga.
Lula está preocupado com o tempo de TV no horário eleitoral gratuito. Sem o PSB, perderá quase dois dos oito minutos a que teria direito, em aliança que incluísse também o PC do B.
A direção do PSB deseja que Ciro concorra a deputado federal para a legenda superar a cláusula de barreira -ter ao menos 5% dos votos válidos no país. Eduardo Campos é pré-candidato a governador de Pernambuco. Apesar de gostar de Campos e de julgá-lo hábil negociador, o presidente mantém a preferência por Ciro.
Anteontem, Campos era citado por interlocutores de Lula como substituto do ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) em um eventual segundo mandato.
A cúpula do PSB, ontem, amenizava o discurso sobre os entraves à aliança com Lula. Em mais dois Estados o partido via possibilidade de acordo com o PT: Alagoas e São Paulo. "Algumas coisas avançaram. Há lugares em que ainda podemos resolver. Alguma chance tem", disse o secretário-geral do PSB, Renato Casagrande (ES).
Em Alagoas, o PSB quer o apoio do PT nas coligações proporcionais, com prioridade para nomes da legenda, como a ex-prefeita Kátia Born. Em SP, se houver coligação formal com o senador Aloizio Mercadante (PT), o PSB reivindica boa parte da coligação proporcional livre para nomes da legenda.
O prazo que Lula deu aos partidos para definição de alianças termina amanhã.


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