São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2006

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Alckmin critica tática de Lula de visitar obras depois de oficializar candidatura

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM GOIÂNIA

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, criticou a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de manter agenda de visitas a obras após oficializar sua candidatura à reeleição, na convenção do próximo sábado.
"Não vejo problema em um candidato ir a um canteiro de obras. O que não pode é inaugurar. E, principalmente, inaugurar pedra fundamental. Ainda mais pedra fundamental de obra que nem sequer está licitada, obra que ainda não tem licença ambiental ou terreno liberado. Isso não pode", afirmou Alckmin.
Conforme a Folha publicou ontem, Lula disse, em conversas reservadas, que seguirá o comportamento adotado em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi reeleito.
Lula e seus auxiliares definiram que os compromissos explicitamente eleitorais do presidente serão realizados nos finais de semana. Durante a semana, as visitas a obras serão chamadas de "vistorias".
"Para conter abusos, existe a Lei Eleitoral, que precisa ser cumprida a partir do próximo dia 30 de junho. Tem uma série de limitações e é o tribunal eleitoral [TSE, Tribunal Superior Eleitoral] quem define o que é permitido ou não", disse o tucano, ao desembarcar em Goiânia ontem.
Na capital goiana, Alckmin participou de dois eventos. Um seminário sobre educação, promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, e um encontro com empresários na Acieg (Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás).
Alckmin também falou da importância do tempo na TV. O tucano deverá ter maior exposição no horário eleitoral gratuito graças a suas coligações. "É importante ter tempo maior na TV, é claro. Mas o mais importante, e o que será o nosso diferencial, será a qualidade das propostas", afirmou.
O tucano defendeu ontem uma simplificação do modelo tributário brasileiro. "O caminho para o desenvolvimento do Brasil está na simplificação do modelo tributário. Para se ter uma idéia, só o ICMS tem 27 alíquotas diferentes", disse.
Fez ainda a defesa de maior controle nas despesas do governo. "Hoje gasta-se muito e mal. São 39,8% do PIB brasileiro pagos em impostos, enquanto o governo dispõe de apenas 0,4% para investimento."
Ao dar um exemplo, aproveitou para atacar a política de investimentos do governo Lula. "Fala-se na transposição do Rio São Francisco. Estive na região de Petrolina e vi que parte de uma obra de R$ 5 bilhões está paralisada por causa de R$ 5 milhões, R$ 10 milhões. Não tem planejamento. Neste governo não tem projeto com início, meio e fim."


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