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Alckmin critica tática de Lula de visitar obras depois de oficializar candidatura
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM GOIÂNIA
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, criticou a estratégia do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva de
manter agenda de visitas a
obras após oficializar sua candidatura à reeleição, na convenção do próximo sábado.
"Não vejo problema em um
candidato ir a um canteiro de
obras. O que não pode é inaugurar. E, principalmente, inaugurar pedra fundamental. Ainda
mais pedra fundamental de
obra que nem sequer está licitada, obra que ainda não tem licença ambiental ou terreno liberado. Isso não pode", afirmou Alckmin.
Conforme a Folha publicou
ontem, Lula disse, em conversas reservadas, que seguirá o
comportamento adotado em
1998 pelo então presidente
Fernando Henrique Cardoso,
que foi reeleito.
Lula e seus auxiliares definiram que os compromissos explicitamente eleitorais do presidente serão realizados nos finais de semana. Durante a semana, as visitas a obras serão
chamadas de "vistorias".
"Para conter abusos, existe a
Lei Eleitoral, que precisa ser
cumprida a partir do próximo
dia 30 de junho. Tem uma série
de limitações e é o tribunal
eleitoral [TSE, Tribunal Superior Eleitoral] quem define o
que é permitido ou não", disse
o tucano, ao desembarcar em
Goiânia ontem.
Na capital goiana, Alckmin
participou de dois eventos. Um
seminário sobre educação, promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, e um encontro com
empresários na Acieg (Associação Comercial, Industrial e de
Serviços do Estado de Goiás).
Alckmin também falou da
importância do tempo na TV.
O tucano deverá ter maior exposição no horário eleitoral
gratuito graças a suas coligações. "É importante ter tempo
maior na TV, é claro. Mas o
mais importante, e o que será o
nosso diferencial, será a qualidade das propostas", afirmou.
O tucano defendeu ontem
uma simplificação do modelo
tributário brasileiro. "O caminho para o desenvolvimento do
Brasil está na simplificação do
modelo tributário. Para se ter
uma idéia, só o ICMS tem 27
alíquotas diferentes", disse.
Fez ainda a defesa de maior
controle nas despesas do governo. "Hoje gasta-se muito e
mal. São 39,8% do PIB brasileiro pagos em impostos, enquanto o governo dispõe de apenas
0,4% para investimento."
Ao dar um exemplo, aproveitou para atacar a política de investimentos do governo Lula.
"Fala-se na transposição do
Rio São Francisco. Estive na
região de Petrolina e vi que
parte de uma obra de R$ 5 bilhões está paralisada por causa
de R$ 5 milhões, R$ 10 milhões.
Não tem planejamento. Neste
governo não tem projeto com
início, meio e fim."
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