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Integrantes do MLST presos passaram por maus-tratos, diz mulher de líder
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mulher de Bruno Maranhão,
principal líder do MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra), Suzana Maranhão, 62,
classificou ontem de "gravíssima" a decisão de misturar os
integrantes do movimento a
outros presos, no Complexo
Penitenciário da Papuda.
"Soubemos que eles ficarão
junto aos 2.000 presos comuns,
criminosos de alta periculosidade. É um fato gravíssimo. A
gente sabe o que acontece nas
prisões." A transferência foi
confirmada pela Polícia Federal. Até ontem, os integrantes
do MLST estavam em uma ala
recém-inaugurada da Papuda,
isolados dos demais detidos.
Segundo Suzana Maranhão,
os integrantes do MLST foram
vítimas de maus-tratos e boicote dentro da penitenciária. Na
quarta-feira passada, dia de visitas na Papuda, ela esteve com
Maranhão. Disse ter ouvido relatos de que três presos teriam
ficado por dois dias em uma cela escura, gelada, sem cobertor.
Os presos também teriam lhe
contado que foram obrigados a
sentar em uma poça d"água.
Molhados, eles passaram frio.
Até o fechamento desta edição,
a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública
do DF não havia se manifestado sobre as acusações.
Segundo Suzana, advogados
levaram aos presos sandálias,
camisas, toalhas e uma televisão. Na segunda-feira à noite,
teriam constatado que os detidos não haviam recebido nada.
"Eles estavam com a mesma
roupa, mesma calça, sem toalha, tomando banho gelado e se
enxugando com a roupa", disse.
Cerca de 550 militantes do
movimento foram presos devido à invasão à Câmara, no dia 6
de junho, e enviados à penitenciária no dia seguinte. Desses,
42 permanecem detidos: 9 mulheres em uma penitenciária
feminina de Brasília e 33 homens na Papuda.
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