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Família de sacador mora em casa modesta em BH
FREDERICO VASCONCELOS
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A família de Francisco de Assis
Novaes Santos, que aparece recebendo R$ 1,25 milhão em quatro
saques entre os dias 15 e 23 de
maio de 2003 no Banco Rural, em
Belo Horizonte, da conta da
SMPB, mora em um apartamento
de classe média baixa em Santa
Mônica, zona norte da cidade.
Sua ex-mulher Heloísa Helena
Silva, 49, confirmou à Folha que o
número do RG apresentado no
Banco Rural é o do seu ex-marido. O casal está separado, segundo ela, que não soube informar
onde Santos mora atualmente.
Ela negou, no entanto, que seu
marido tenha sacado para si o dinheiro. "Olha a minha casa. Acha
que estaria assim se ele tivesse sacado esse valor para a gente?"
Vizinhos de Santos afirmaram à
Folha que "Chico Oreia", como é
conhecido pelos amigos, é churrasqueiro profissional e eventualmente trabalha de garçom para
festas. O dono de uma mercearia
onde Santos faz churrascos disse
que ele também presta serviços
para doleiros e seria informante
da Polícia Civil de Belo Horizonte.
O economista Newton Vieira
Filho, que aparece efetuando saques de R$ 171.350,00 e R$
171.354,60 em agosto e setembro
do ano passado, negou ter feitos
os saques. Por celular, Vieira Filho
disse estar desempregado.
"Vou ver do que se trata. Não tenho nenhuma ligação", disse. Antes, ele havia desligado o celular
quando o repórter citou seu número do CRE (Conselho Regional
de Economia), que aparece nos
saques feitos no Banco Rural.
Laranjas
O esquema de distribuição de
dinheiro das agências do empresário Marcos Valério para o PT
pode ter usado o nome de laranjas. Um dos 11 sacadores citados
por Valério afirma que teve sua
identidade usada sem ele saber.
Com dois saques registrados em
seu nome, no total de R$ 300 mil,
o funcionário público aposentado
Áureo Marcato, 62, morador de
São Paulo, afirma que não conhece Valério nem foi a Brasília.
Colaborou o Enviado Especial a Brasília
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