DA FOLHA RIBEIRÃO

Juscelino Dourado, chefe-de-gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, será convocado nesta semana pelo Ministério Público Estadual para depor no inquérito do caso Coderp (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão).
Os promotores da cidade de Ribeirão Preto (314 km de São Paulo) apuram suposta irregularidade no pagamento, por uma empreiteira, de salários a um funcionário da prefeitura durante a gestão de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto (2001-2002).
O inquérito foi aberto após a Folha revelar que o ex-diretor da Coderp Augusto Pereira Filho afirmou ter recebido R$ 2.250 mensais da empreiteira CVP como complementação de seu salário, de R$ 5.000.
Dourado, que era o presidente da Coderp na época, foi quem negociou o pagamento extra, segundo Pereira Filho afirmou em entrevista gravada.
Por e-mail, Dourado disse não ter "conhecimento de informações relativas à apropriação de vantagens nos contratos de prestação de serviços na Coderp".
A CVP, contratada na época para fazer o megaprojeto Vale dos Rios, também disse que nunca pagou nenhum funcionário público. O Vale dos Rios, projeto dos sonhos de Palocci, previa remodelar o centro de Ribeirão, erguendo até uma ponte similar à Golden Gate, de São Francisco (EUA).
Mesmo sem assentar um tijolo sequer, o Vale dos Rios foi abandonado 11 meses depois de seu lançamento com um misterioso custo de R$ 2 milhões em "obras", segundo a Secretaria Municipal da Fazenda.
A Coderp é uma empresa de capital misto, com 99,99% das cotas em poder da prefeitura. Dourado será convocado por carta precatória, de acordo com o promotor Sebastião Sérgio da Silveira.


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