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Okamotto vai ao PT orientar tesoureiro, mas diz que só foi rever companheiros
DA ENVIADA A BRASÍLIA
O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, deixou às 10h30
de ontem a sede do PT nacional
após uma reunião com o tesoureiro do partido, Paulo Ferreira. Ferreira fará neste ano o papel cumprido por Okamotto há
quatro anos -o da logística- e,
por isso, diz ter convocado o
presidente do Sebrae para obter orientação sobre a organização da campanha.
"Okamotto foi coordenador
de logística em 2002. Eu o convoquei para uma reunião sobre
como organizar campanha,
gráfica, material e depósito",
disse Ferreira, segundo o qual
Okamotto foi chamado ontem
porque ficará 15 dias no Japão.
Segundo Ferreira, uma das
recomendações foi a de confecção de pequeno volume de material gráfico na largada da
campanha. Só para teste.
Okamotto disse, por meio de
sua assessoria, que foi "cumprimentar os companheiros". Segundo a assessoria do Sebrae,
não houve reuniões.
Amigo de Lula, ele teve o indiciamento pedido pelo relator
da CPI dos Bingos, Garibaldi
Alves Filho (PMDB-RN), sob
acusação de lavagem de dinheiro e crime contra a ordem tributária. Em 2005, Okamotto se
apresentou como responsável
pelo pagamento de dívida de
R$ 29,4 mil de Lula com o PT.
"Ele é filiado ao PT. Pode ter
conversa com um ou outro. Essa demonização...", reagiu o
presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini.
Disputa interna
Com o início da campanha, a
crise política volta à tona na
disputa interna do PT. Integrantes de correntes do partido
têm se queixado da concentração de poder nas mãos de petistas associados à figura do ex-ministro José Dirceu. Integrantes do extinto Campo Majoritário, Ferreira e Gleber Naime terão destaque no comando
da campanha. Além deles, o
coordenador da maioria (antigo Campo), Francisco Rocha,
atuará no gabinete de Berzoini.
A composição foi objeto de
reclamação dos secretários nacionais Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, e Romênio Pereira, do Movimento PT,
na segunda-feira, durante reunião da coordenação. Eles recomendaram a participação de
um deles, ou de Joaquim Soriano, da Democracia Socialista,
na equipe responsável pela
agenda de Lula. Assim, haveria
um equilíbrio de forças, até
porque boa parte dos coordenadores estaduais é saída da
tendência Unidade na Luta.
O escolhido foi Soriano.
"Tem que haver uma composição ampla", disse ele.
Para neutralizar essa disputa, o próprio Lula está destacando assessores palacianos
para que integrem formalmente o comando da campanha.
Além de Marco Aurélio Garcia,
Cesar Alvarez, assessor especial do presidente, deixou o Palácio do Planalto com a tarefa
de intermediar a relação entre
partido e presidente.
Na quarta, Lula pediu que o
partido trate, nos Estados, os
aliados "em pé de igualdade",
abrindo espaço para outras siglas.
(CS)
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