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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Pós-ACM
Como fenômeno político, o carlismo acabou com a
morte de seu líder, avaliam aliados e adversários. Mas,
a despeito das fissuras internas, o instinto de sobrevivência deve unir o grupo mais ligado ao senador ao do
ex-governador Paulo Souto, agora dono da bola no
DEM baiano. Alijados do poder no Estado, os ex-pefelistas só têm chance de se firmar como alternativa ao
PT de Jaques Wagner se estancarem a debandada de
deputados, prefeitos e vereadores.
Um esboço de acordo foi traçado ao longo das semanas de agonia de ACM. Em três reuniões, Souto loteou
espaços nos diretórios municipais. O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, acompanha a partilha
na tentativa de evitar que a sigla se esfacele na Bahia.
Magoei. Um dos carlistas
mais insatisfeitos hoje é o senador Cesar Borges, que se
queixa de falta de espaço no
projeto de Paulo Souto. A cúpula do DEM quer convencer
Souto a garantir a Borges uma
das vagas para disputar novamente o Senado em 2010, a
fim de mantê-lo no partido.
Mercado. O PT avalia que o
governo Jaques Wagner vai
absorver parte do espólio carlista por meio de aliados como
o PR e teme perder cargos
nessa operação. Até agora, porém, o PMDB de Geddel Vieira Lima tem sido mais eficiente na incorporação de ex-pefelistas a seus quadros.
Página virada. De Geddel, ministro da Integração
Nacional e adversário histórico, sobre o futuro do carlismo:
"O jeito de fazer política de
Antonio Carlos morre com
ele. De agora em diante, as
forças na Bahia vão se entender e se desentender de uma
maneira mais normal".
Professor. Quem conhece
Marco Aurélio Gracia de longa data observa que a nota divulgada ontem, em resposta
ao flagrante da cena em que
festejou com um gesto obsceno a descoberta de defeito no
avião da TAM, é a cara do assessor de Lula: cinco parágrafos para dar lições à imprensa
e somente no final uma frase
de retratação, mesmo assim
"de lado": "Aos que possam,
ainda assim, sentir-se atingidos por minha atitude, apresento minhas desculpas".
Na moita. O PT não se manifestou oficialmente sobre o
gesto de Marco Aurélio, que
integra a direção nacional da
sigla. Limitou-se a divulgar
em seu site a nota do assessor
presidencial. Instado a falar
sobre o tema, o secretário de
Comunicação do partido, Gleber Naime, disse: "Ele tem
nossa solidariedade".
A pé. Vice-presidente da
CPI do Apagão Aéreo da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) pediu um avião à
FAB para levar os deputados a
São Carlos a fim de inspecionar o setor de manutenção da
TAM. Ouviu um sonoro não
da Aeronáutica, que alegou
não ter aeronaves à mão.
Inócuo. Membros da CPI
temem situações constrangedoras na diligência à cidade do
interior paulista. "O que vamos fazer lá? Não entendemos nada de turbina", reclama Vic Pires (DEM-PA).
Escala. A CPI decidiu aproveitar viagem de Efraim Filho
(DEM-PB) aos EUA para enviá-lo a Washington, onde representará a oposição no
acompanhamento da abertura da caixa-preta do Airbus da
TAM. Ele estava em Dallas em
evento da juventude do Partido Democrata americano.
Sem fim 1. Os problemas
em Congonhas ontem deixaram os deputados paulistas
Wanderlei Macris (PSDB),
Carlos Zarattini (PT) e Ivan
Valente (PSOL) de fora da primeira parte da reunião da CPI
em Brasília. Eles embarcaram
com quatro horas de atraso.
Sem fim 2. Em Brasília, os
tucanos Jutahy Júnior (BA),
Eduardo Gomes (TO) e Sebastião Madeira (MA) não
conseguiram voar para o Rio
Grande do Sul a fim de ir ao
enterro do amigo Júlio Redecker, morto no vôo da TAM.
Tiroteio
"O gesto é incompatível com a função pública e
requer providências. Eu me senti ofendido."
De TIÃO VIANA (PT-AC), primeiro vice-presidente do Senado,
sobre a comemoração de seu correligionário e assessor especial da
Presidência Marco Aurélio Garcia diante da reportagem que revelou
falha mecânica no avião da TAM acidentado em Congonhas.
Contraponto
Jogral
Na véspera de uma das frustradas tentativas de aprovar
a reforma política antes do recesso parlamentar, o deputado Flávio Dino (PC do B-MA), responsável pelas adaptações no texto original do projeto, encontrou o colega Miro
Teixeira (PDT-RJ), que trabalhava com empenho para
barrar toda e qualquer alteração no sistema eleitoral.
-E amanhã, Miro, como vai ser?
O pedetista fez graça cantarolando trecho de uma famosa canção de Chico Buarque:
-Amanhã há de ser outro dia...
Dino respondeu com o verso anterior da letra:
-Apesar de você!
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