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Estatal nega irregularidades em aditivos de US$ 177 milhões
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras negou ontem
que tenha havido superfaturamento na construção das plataformas P-52 e P-54 e informou
que os aditivos foram assinados
para assegurar o "equilíbrio"
dos contratos, cujos valores
originais foram corrigidos por
causa valorização do real e do
aquecimento dos preços dos
serviços e equipamentos do setor de petróleo.
Em resposta ao TCU (Tribunal de Contas da União), a Petrobras diz que não houve um
reajuste dos contratos, mas sim
"a garantia do equilíbrio entre
encargos e vantagens assumidos pelas partes durante o período de execução do contrato,
procedimento (...) já aceito pelo
TCU em situação idêntica".
A área técnica do TCU considerou os aditivos irregulares,
pois os contratos teriam sofrido reajuste para corrigir a desvalorização do dólar. Os contratos não permitem a revisão
nos valores, segundo o TCU.
Diante do relatório técnico, o
ministro Augusto Nardes, do
TCU, pediu ampla auditoria
nas licitações da empresa e criticou na semana passada a falta
de transparência da estatal.
Segundo a Petrobras, "não há
motivo para suspender o pagamento de US$ 177 milhões [valor dos aditivos], o que levaria à
paralisação das obras." Essa foi
a recomendação do TCU.
A suspensão dos pagamentos, diz a Petrobras, ocasionaria
prejuízos maiores do que o valor que, em tese, pode ser retido
(US$ 117 milhões). De acordo
com a Petrobras, os contratos
admitem revisão, "quando as
circunstâncias vigentes à época
da assinatura são alteradas". A
estatal diz que não foram indevidos os pagamentos de US$ 85
milhões pela P-54 e de US$
92,29 milhões pela P-52.
As duas plataformas estão
em fase final de montagem. Estão orçadas em US$ 1,1 bilhão
(P-52) e US$ 900 milhões (P-54). O contrato da P-52 foi assinado com o consórcio Fels Setal/Technip. Já a P-54 é construída no estaleiro Mauá Jurong (citado na Operação
Águas Profundas), num contrato assinado com uma de suas
controladoras, a Jurong Shipyard, de Cingapura.
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