São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2008

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Acampamento já ficou 3 meses sem receber cestas do governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No acampamento do MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados) em Sobradinho, cidade-satélite de Brasília, o risco de o governo ampliar o prazo de entrega das cestas básicas já é motivo de preocupação. "A verdade é que só com a cesta básica a gente não consegue sobreviver. Sem a cesta, ficaria muito pior. Teríamos de rebolar", afirma Abgail da Silva, 32, que há três anos vive em um barraco de lona à espera de um lote da reforma agrária.
Com o filho Lucas, de um ano e três meses, no colo, a coordenadora do movimento diz que, no ano passado, as 60 famílias do acampamento chegaram a ficar três meses sem a cesta.
"Seria ruim ficar sem a cesta, mas não estamos aqui por causa dela. Estamos aqui para conseguir um pedaço de terra, um trabalho", afirma Abgail, baiana de Santa Maria da Vitória.
Num barraco próximo, Elza de Souza, 64, piauiense de Anísio de Abreu, lava a roupa dos demais acampados para conseguir renda. Segundo ela, esse dinheiro compensa os poucos dias que duram a sua cesta.
"Se meus seis filhos resolvem comer aqui, a cesta não dura nem uma semana", afirma Elza, que cobra entre R$ 15 e R$ 25 pelo serviço. "No ano passado, com R$ 10 que eu ganhava aqui, dava pra comprar um quilo de arroz e ainda sobrava dinheiro para o açúcar ou o óleo. Agora, mal dá para o arroz."


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