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Cúpula do PMDB vai
ignorar articulador
da Sucursal de Brasília
A cúpula do PMDB vai ignorar
os articuladores políticos do governo e continuar negociando diretamente com o presidente Fernando Henrique Cardoso as
grandes questões da aliança.
A manutenção do ministro tucano Pimenta da Veiga (Comunicações) como articulador é motivo de críticas do PMDB, que tem a
maior bancada no Senado (26 senadores) e a segunda maior na
Câmara (102 deputados).
Na reforma, FHC recriou a Secretaria Geral da Presidência, nomeando o deputado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para dividir a função de coordenador político com Pimenta.
"As grandes questões, continuaremos conversando com o
presidente Fernando Henrique
Cardoso, até quando ele quiser.
Isso não impede que tratemos
questões do dia-a-dia, sem posição preconceituosa, com Aloysio", disse o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
Além dos tucanos Pimenta da
Veiga e Aloysio Nunes Ferreira, a
coordenação política do governo
no Congresso está sob a responsabilidade de outros três parlamentares do PSDB: Arthur Virgílio (AM), líder do governo no
Congresso, Arnaldo Madeira
(SP), líder do governo na Câmara,
e José Roberto Arruda (DF), líder
do governo no Senado.
A atuação de Nunes Ferreira, no
entanto, é vista com cautela. "Como defensor exclusivamente dos
interesses do presidente, terá o
nosso apoio", disse Geddel.
Além disso, o líder do PMDB
afirmou: "Ele (Nunes Ferreira) está sempre nas conversas ladeado
por Moreira Franco (PMDB-RJ),
o que facilita". Moreira Franco é
assessor político da Presidência.
Quanto a Pimenta, o PMDB
quer distância. "Esse Pimenta não
articula nada. Só tem criado problemas e ainda é um cara-de-pau.
Temos o direito de escolher com
quem conversamos. Não há hipótese de o partido tratar de política
com esse rapaz", completou o líder peemedebista.
O senador José Roberto Arruda
afirmou que o partido do presidente, segundo a tradição, deve ficar com a coordenação política:
"Quando muda, o governo cria
descontentamento em todos os
partidos, mas o recado do presidente é claro: chega de intrigas".
Madeira afirmou que as mudanças no ministério devem refletir positivamente nas votações no
Congresso. "A posição dos partidos ficou a mesma", afirmou.
(DENISE MADUEÑO, LUIZA DAMÉ e DANIEL BRAMATTI)
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