São Paulo, Quarta-feira, 21 de Julho de 1999
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Cúpula do PMDB vai ignorar articulador

da Sucursal de Brasília

A cúpula do PMDB vai ignorar os articuladores políticos do governo e continuar negociando diretamente com o presidente Fernando Henrique Cardoso as grandes questões da aliança.
A manutenção do ministro tucano Pimenta da Veiga (Comunicações) como articulador é motivo de críticas do PMDB, que tem a maior bancada no Senado (26 senadores) e a segunda maior na Câmara (102 deputados).
Na reforma, FHC recriou a Secretaria Geral da Presidência, nomeando o deputado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para dividir a função de coordenador político com Pimenta.
"As grandes questões, continuaremos conversando com o presidente Fernando Henrique Cardoso, até quando ele quiser. Isso não impede que tratemos questões do dia-a-dia, sem posição preconceituosa, com Aloysio", disse o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
Além dos tucanos Pimenta da Veiga e Aloysio Nunes Ferreira, a coordenação política do governo no Congresso está sob a responsabilidade de outros três parlamentares do PSDB: Arthur Virgílio (AM), líder do governo no Congresso, Arnaldo Madeira (SP), líder do governo na Câmara, e José Roberto Arruda (DF), líder do governo no Senado.
A atuação de Nunes Ferreira, no entanto, é vista com cautela. "Como defensor exclusivamente dos interesses do presidente, terá o nosso apoio", disse Geddel.
Além disso, o líder do PMDB afirmou: "Ele (Nunes Ferreira) está sempre nas conversas ladeado por Moreira Franco (PMDB-RJ), o que facilita". Moreira Franco é assessor político da Presidência.
Quanto a Pimenta, o PMDB quer distância. "Esse Pimenta não articula nada. Só tem criado problemas e ainda é um cara-de-pau. Temos o direito de escolher com quem conversamos. Não há hipótese de o partido tratar de política com esse rapaz", completou o líder peemedebista.
O senador José Roberto Arruda afirmou que o partido do presidente, segundo a tradição, deve ficar com a coordenação política: "Quando muda, o governo cria descontentamento em todos os partidos, mas o recado do presidente é claro: chega de intrigas".
Madeira afirmou que as mudanças no ministério devem refletir positivamente nas votações no Congresso. "A posição dos partidos ficou a mesma", afirmou. (DENISE MADUEÑO, LUIZA DAMÉ e DANIEL BRAMATTI)

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