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SISTEMA FINANCEIRO
Novo presidente do banco afirma que "atribuições particulares" impedem venda agora
BB poderá ser privatizado "no futuro"
da Sucursal de Brasília
O novo presidente do Banco do
Brasil, Paolo Zaghen, afirmou ontem que a instituição poderá ser
privatizada no futuro.
A declaração foi feita logo depois de divulgada sua indicação
pelo Ministério da Fazenda, em
substituição a Andrea Calabi.
""Se me perguntam: o Banco do
Brasil vai ser privatizado? Pode
ser, no futuro. Mas hoje não há
condições porque o banco tem
atribuições particulares", declarou Zaghen.
A privatização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal,
os dois maiores bancos federais,
passou a ser discutida com mais
intensidade no governo Fernando Henrique Cardoso depois da
crise que culminou na desvalorização do real, em janeiro.
As equipes do Banco Central e
da Fazenda defendem, embora
não explicitamente, a venda dos
dois bancos. O assunto, porém, é
considerado delicado do ponto de
vista político.
"Pauta"
""Essa não é a minha pauta de
entrada (na presidência do Banco
do Brasil). Isso não significa que,
no futuro, o BB não possa ser privatizado", disse ontem o novo
presidente do banco.
Paolo Zaghen vinha, desde
1996, ocupando o cargo de diretor
do Banco Central para assuntos
ligados a bancos estaduais. Na
prática, ele conduzia o processo
de privatização dessas instituições. Zaghen é amigo do ministro
da Fazenda, Pedro Malan.
Andrea Calabi também foi confirmado ontem para a presidência
do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social).
Os dois devem tomar posse no
início da próxima semana.
Calabi vai para o BNDES em
substituição a José Pio Borges,
que pediu demissão na semana
passada, logo depois de anunciada a saída de Celso Lafer do Ministério do Desenvolvimento.
Técnico mais identificado com
o ministro da Saúde, José Serra,
Calabi presidia o Banco do Brasil
há cerca de seis meses.
Anteriormente, foi secretário-executivo do Ministério do Planejamento a partir da gestão do próprio Serra.
Exportações
No BNDES, Calabi terá como
principal função financiar a retomada do crescimento econômico
e o aumento das exportações -as
principais metas definidas pelo
novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Clóvis Carvalho.
Como Serra, Carvalho é associado ao grupo do governo batizado de "desenvolvimentista"
-o nome se deve à pregação em
favor de mais ações destinadas ao
crescimento econômico.
Andrea Calabi também é relacionado entre os "desenvolvimentistas".
O BNDES é uma instituição importante para essa linha de pensamento, por dispor de recursos para empréstimos com juros abaixo
do mercado.
Dessa forma, as verbas do
BNDES são utilizadas em políticas de fomento industrial.
Monetaristas
Do outro lado está o grupo de
Malan e do Banco Central, apelidado de "monetarista" em razão
da prioridade dada à estabilidade
monetária.
Paolo Zaghen considera sua
prioridade tornar o Banco do Brasil mais competitivo no mercado
financeiro.
O novo presidente do BB pretende também equacionar problemas financeiros como os títulos da Prefeitura de São Paulo
-que terão de ser refinanciados
pela União- em poder do banco.
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