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Secretário e deputado devem depor na PF
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pauderney Avelino, vice-líder do PFL na Câmara, e o secretário de Obras do Amazonas, João Coelho Braga, foram
convocados ontem pela Polícia
Federal para prestar depoimentos, em Manaus. Os dois
foram citados por Nivaldo Marinho, ex-assessor do deputado
Mário Frota (PDT-AM), como
responsáveis pela montagem
de uma gravação para envolver
o senador Jader Barbalho
(PMDB-PA) em uma cobrança
de propina fictícia.
Pauderney tem imunidade
parlamentar e pode escolher a
data do depoimento. Braga será ouvido na quinta-feira.
O caso da trama com a gravação veio à tona na quarta passada, quando Marinho disse à PF
que ganhou R$ 12 mil para imitar, a pedido de Pauderney e
Braga, a voz de Frota no telefonema. No diálogo, Frota exigia,
em nome de Jader, US$ 5 milhões ao empresário David Benayon para liberar um financiamento da Sudam à empresa
Amazonback.
Marinho disse que tratou
com Pauderney e Braga como
intermediários do governador
do Amazonas, Amazonino
Mendes (PFL), inimigo político
de Frota e aliado de Jader. Ontem, Pauderney admitiu que
sabia da existência da fita, mas
negou sua participação e complicou a situação de Braga. Disse que Marinho lhe ofereceu a
fita no começo do ano em um
encontro na praia. Ele não teria
demonstrado interesse, mas
pegou o telefone do ex-assessor. "Depois de algum tempo, e
sabendo que a atitude dele
(Marinho) era para detonar o
Mário Frota, eu conversei com
o deputado Washington Régis
(PL) e o Braga. Passei a eles o
telefone do Marinho e não tomei mais conhecimento de nada, nem do teor da fita", disse.
Braga e Régis não foram localizados pela Folha. Jefferson
Coronel, secretário de Comunicação, sinalizou que a situação de Braga é complicada no
governo.
A deputada Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) pediu que a
corregedoria da Câmara investigue a suposta participação de
Pauderney no caso. A investigação pode levar à abertura de
processo de cassação do mandato dele por falta de decoro.
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