São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2001

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CRISE NO ES

Assessor diz que há "realinhamento político"

José Ignácio troca nomeações no governo por apoio contra cassação

FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA

O governador do Espírito Santo, José Ignácio (ex-PSDB), está usando nomeações para cargos no governo como moeda de troca para evitar o impeachment. Ignácio tem nomeado aliados de deputados e com isso contabilizava ontem 11 votos a seu favor na Assembléia -número suficiente para arquivar o processo. Quem é a favor do impeachment tem perdido os cargos que tinha.
Ontem, o irmão do relator da CPI da Propina, deputado Sérgio Borges (PMDB), assumiu a presidência da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória. O deputado Antônio Cavalheri (sem partido) foi beneficiado com dez cargos. O presidente estadual do PMDB, Luiz Carlos Moreira, também deve fazer indicações. "Ainda vamos definir com o governador", disse.
O deputado Borges não pediu no relatório final da comissão o indiciamento do governador José Ignácio e considerou as infrações atribuídas à primeira-dama Maria Helena Ferreira como não-dolosas (sem má-fé).
De acordo com Borges, a indicação não foi dele, e sim do partido. A Executiva do PMDB orientou sua bancada, ontem, a votar contra o impeachment.
O deputado Cavalheri afirmou que continua indeciso, apesar das dez nomeações. "Minha condição para aceitar os cargos foi que isso não atrelasse meu voto a respeito do impeachment", disse.
O porta-voz do governador, José Nunes, disse que está havendo um realinhamento político e administrativo. "Não há sentido em manter no governo gente que ataca o governador", disse.
A CPI foi instalada para investigar denúncias de cobrança de propina e desvio de dinheiro público no governo do Estado.



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