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CRISE NO ES
Assessor diz que há "realinhamento político"
José Ignácio troca nomeações no governo por apoio contra cassação
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador do Espírito Santo, José Ignácio (ex-PSDB), está
usando nomeações para cargos
no governo como moeda de troca
para evitar o impeachment. Ignácio tem nomeado aliados de deputados e com isso contabilizava
ontem 11 votos a seu favor na Assembléia -número suficiente
para arquivar o processo. Quem é
a favor do impeachment tem perdido os cargos que tinha.
Ontem, o irmão do relator da
CPI da Propina, deputado Sérgio
Borges (PMDB), assumiu a presidência da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória. O deputado Antônio Cavalheri (sem partido) foi beneficiado
com dez cargos. O presidente estadual do PMDB, Luiz Carlos Moreira, também deve fazer indicações. "Ainda vamos definir com o
governador", disse.
O deputado Borges não pediu
no relatório final da comissão o
indiciamento do governador José
Ignácio e considerou as infrações
atribuídas à primeira-dama Maria Helena Ferreira como não-dolosas (sem má-fé).
De acordo com Borges, a indicação não foi dele, e sim do partido. A Executiva do PMDB orientou sua bancada, ontem, a votar
contra o impeachment.
O deputado Cavalheri afirmou
que continua indeciso, apesar das
dez nomeações. "Minha condição
para aceitar os cargos foi que isso
não atrelasse meu voto a respeito
do impeachment", disse.
O porta-voz do governador, José Nunes, disse que está havendo
um realinhamento político e administrativo. "Não há sentido em
manter no governo gente que ataca o governador", disse.
A CPI foi instalada para investigar denúncias de cobrança de
propina e desvio de dinheiro público no governo do Estado.
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