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TCU vê ação irregular da Força Sindical
WLADIMIR GRAMACHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Tribunal de Contas da União
levantou novas suspeitas contra a
Força Sindical por irregularidades
no uso de recursos do Fundo de
Amparo ao Trabalhador (FAT),
em 2001. Investigações contra a
entidade têm desgastado o sindicalista Paulo Pereira da Silva, o
Paulinho, ex-presidente da Força
e candidato a vice na chapa do
presidenciável Ciro Gomes (PPS-PDT-PTB).
O TCU concluiu relatório, obtido pela Folha, que indica falhas
na administração da central sindical sobre R$ 38 milhões recebidos do FAT em 2001 para treinar
trabalhadores. Foi o maior convênio firmado entre o Ministério do
Trabalho, então dirigido pelo deputado Francisco Dornelles
(PPB-RJ), e uma entidade.
De acordo com o relatório, feito
a pedido da Câmara dos Deputados, a Força recebeu R$ 38 milhões em 2001 para treinar 245 mil
trabalhadores. Em vez de promover os cursos, repassou 51,5% do
dinheiro para o Instituto Paulista
de Ensino e Cultura (Ipec), classificado pelos auditores do tribunal
como "quase desconhecido".
Ao Ipec caberia treinar 93 mil
trabalhadores. O instituto, portanto, recebeu 51,5% dos recursos
repassados à Força para qualificar
apenas 38% das pessoas que a entidade prometeu treinar. E ainda
assim, segundo o TCU, ofereceu
cursos com apenas 64 mil vagas.
O documento critica a contratação de uma só entidade para ministrar cursos os mais diversos. O
Ipec, diz o texto, foi contratado
para "realizar nada menos que
403 ações em 139 municípios,
com cursos dos mais variados, de
computação gráfica a azulejista,
passando por cursos de idiomas".
Críticas ao ministério
O relatório, assinado pelo ministro Valmir Campelo, tece duras críticas ao Ministério do Trabalho. Denuncia a omissão do ministério e do Codefat (órgão gestor do FAT) na fiscalização do dinheiro, recolhido a partir de contribuições do PIS (Programa de
Integração Social) e do PASEP
(Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público).
Segundo o texto, é "grave o fato
de que as prestações de contas das
principais parcerias tenham sido
tratadas como mera formalidade
pelo ministério". As entidades,
diz ele, "se utilizaram do expediente da subcontratação de terceiros para realizar o objeto do
contrato, não havendo registro de
qualquer fiscalização do Ministério do Trabalho ou do Codefat sobre o efetivo destino dado aos recursos do convênio".
O relatório resume os principais
problemas encontrados pelo TCU
nos contratos de 2001 para treinamento com recursos do FAT. Data de 10 de julho e foi entregue ao
presidente da Comissão de Trabalho da Câmara, Rodrigo Maia
(PFL-RJ). Trata-se de resposta a
questionamento feito pelo deputado Avenzoar Arruda (PT-PB),
um dos que defendiam que fosse
instalada uma CPI do FAT.
O conteúdo do relatório não
contempla a investigação que
vem sendo feita pela Secretaria
Federal de Controle sobre suspeitas de desvio de recursos do FAT
pela Força -que foi a entidade
que mais recebeu dinheiro do
FAT em 2001: R$ 38 milhões.
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