São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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SÃO PAULO

Em palestra na Fiesp, pepebista afirma que, em Cuba, administradores de rodovias paulistas "seriam fuzilados"

Maluf ameaça romper concessões de estradas

Ormuzd Alves/Folha Imagem
Paulo Maluf (PPB) é maquiado antes de gravação de seu programa para o horário eleitoral na TV


XICO SÁ
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Para agradar a uma platéia de empresários, que se queixam de falta de produção no Brasil, o candidato do PPB ao governo de São Paulo, Paulo Maluf, admitiu romper os contratos com as concessionárias que administram as rodovias do Estado. Ele também colou o seu discurso ao do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, que defende o incentivo do emprego no país.
O ex-prefeito foi ontem à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), onde abriu a série de palestras com os concorrentes ao Palácio dos Bandeirantes. Ao contrário de eleições anteriores, Maluf experimentou uma baixa no prestígio junto ao PIB paulista: não conseguiu lotar as 166 cadeiras do auditório.
Em relação aos contratos das estradas, Maluf foi radical, principalmente quando falou sobre pedágios. "Todo contrato corresponde a um distrato", disse.
"Se fosse em Cuba, Fidel Castro botaria no paredão e seriam fuzilados", completou, sobre os administradores das estradas paulistas que, segundo ele, receberam as concessões de "mão beijada".
"Faço coro ao Lula", disse, referindo-se às críticas que o petista tem feito sobre a construção de estaleiros da Petrobrás fora do Brasil. "O governo precisa incentivar emprego aqui, não lá fora."
Ao falar sobre o "custo São Paulo", tema puxado pelo presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, Maluf defendeu medidas duras na área de segurança, elogiou o uso da cadeira elétrica para bandidos nos EUA, mas disse que era contra a pena de morte no Brasil.
"Bandido que quiser trabalhar no seu ramo vai ter de ir para o Rio, Minas, Mato Grosso. Aqui, não", disse. Prometeu transformar cadeiões de Guarulhos em faculdades públicas. Os detentos seriam transferidos para o interior.
Horas antes do encontro com empresários, Maluf gravou cerca de dez depoimentos que ficarão guardados para serem utilizados como "vacina contra mentiras", como define o marketeiro do candidato, José Maria Braga.
As gravações estão guardadas a sete chaves e serão utilizadas caso Maluf sofra ataques de adversários nos programas eleitorais da TV. Se depender das acusações que rondam o pepebista, elas podem tratar, por exemplo, do caso Jersey, em que é investigada a existência de contas do candidato no exterior, e de denúncias de superfaturamento em obras, como a da avenida Águas Espraiadas. Maluf nega as acusações.
Hoje, o pepebista estréia na TV falando de educação atrás de um painel que mostra suas "marcas".



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