São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CANDIDATOS NA FOLHA

Candidato critica privatização de estradas de SP e pedágios

Em sabatina, Cabrera diz que vai à Justiça contra concessionárias

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PTB ao governo de São Paulo, Antonio Cabrera Mano, 42, afirmou que, se eleito, contestará judicialmente os contratos das concessionárias de rodovias estaduais firmados na gestão de Mário Covas/Geraldo Alckmin (PSDB).
Ex-ministro da Agricultura de Fernando Collor, Cabrera justificou sua permanência naquele governo em nome da governabilidade e dissociou Ciro Gomes, candidato do PPS ao qual apóia, do ex-presidente. Cabrera abriu a versão estadual da série "Candidatos na Folha", no Teatro Folha, em Higienópolis, zona central de São Paulo, falando para 60 pessoas.
Foi entrevistado pelo secretário de Redação da Folha, Fernando Canzian, pelo editor de Cotidiano, Nilson de Oliveira, pelo editor do Painel, Rogério Gentile e pelo secretário de Redação da Folha Online, Vaguinaldo Marinheiro, além de leitores convidados.
Cabrera afirmou que as concessões das rodovias a empresas privadas são o "filé mignon" do sistema de transportes estadual.
"Vou levar todo e qualquer contrato com esses concessionários à Justiça, além de usar a força política do governador para rediscutir esses acordos. Nos últimos 12 meses, o aumento foi de 171% na média nos pedágios paulistas. O IGP-M [índice de inflação da Fundação Getúlio Vargas] foi de 51%. Não justifica esse aumento abusivo", afirmou o candidato.
Cabrera explicou por que permaneceu como ministro de Collor, mesmo após as acusações de corrupção no governo. "Não posso ser leviano em relação ao Collor. Quando eu era ministro da Agricultura, nunca recebi nenhum pedido do presidente para atender este ou aquele empresário, este ou aquele empreiteiro."
Cabrera afirmou não ver "similitudes" entre Ciro e Collor. "Acho que há muita diferença entre os dois, principalmente no que se refere ao comportamento. O Collor era muito mais impetuoso, muito mais intempestivo e muito mais arrojado do que o Ciro."
O petebista negou que seja candidato apenas para dar espaço na televisão para Ciro Gomes. "É a mim que interessa aparecer com ele, no atual estágio da campanha", disse. Para o petebista, Alckmin tenta esconder que apóia José Serra (PSDB) e Paulo Maluf (PPB) pode prejudicar o Estado por não ter um candidato a presidente.
Cabrera defendeu que a iniciativa privada participe da construção de presídios estaduais. "É possível explorar o trabalho dos presos e obter retorno, lucro".
Ele propôs um piso de R$ 1.300 a R$ 1.500 para a polícia, mas não especificou os recursos. "Podemos taxar produtos maléficos à saúde, como cigarro e bebida."



Texto Anterior: Alckmin usa Rota para atacar candidato do PPB
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.