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São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2003

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Empresários fazem ato contra tributária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Se for aprovada como está, a reforma tributária levará a uma "enxurrada" de ações na Justiça. Essa é a avaliação dos representantes das associações comerciais que se reuniram ontem, na Câmara, em Brasília, para protestar contra a mudança fiscal. O manifesto contou com o apoio de dez deputados e três senadores, a maior parte deles do PFL.
"Vai ser a maior enxurrada de ações em todo o Brasil, e nós seremos os primeiros. Vamos recorrer à Justiça, sim, em todos os níveis", disse ontem o presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) e da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Guilherme Afif Domingos.
Entre os que discursaram contra, estavam o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) e o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN).
Segundo Afif Domingos, as associações comerciais não estavam representando a classe produtora, mas os contribuintes. "O consumidor hoje não suporta mais nenhum encargo em cima daquilo que ele pode e deve consumir."
Para ele, a reforma "do jeito como está colocada nos transmite uma sensação de repartição do saque do butim". Ele afirmou que, com a discussão sobre repartição de recursos da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) entre Estados e municípios, "vai acabar sobrando para o contribuinte".
Bornhausen criticou a reforma e o governo. "O diagnóstico deste país é um só: o governo é perdulário e tem que cortar gastos. É por aí que se começa, e o atual governo começou fazendo exatamente o contrário. Aumentando ministérios e secretarias de Estado, gastando improdutivamente para colocar aqueles que haviam sido derrotados nos Estados", disse.
Para Afif Domingos, a reforma como está proposta no relatório aumenta a carga tributária.


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