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REFORMA NA MARRA
Ministério da Saúde demite marido de Maninha (PT-DF), Antônio Carlos de Andrade, da diretoria da Funasa
Governo pune deputada que se absteve
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
O governo começou a reação
contra os deputados do PT que
não votaram a favor da reforma
da Previdência. Ontem, o marido
da deputada Maninha (PT-DF),
Antônio Carlos de Andrade, 50,
foi demitido da diretoria executiva da Funasa (Fundação Nacional
da Saúde). A deputada federal se
absteve na votação.
Procurada para falar sobre o assunto, a assessoria da Casa Civil
informou que as explicações seriam dadas pelo Ministério da
Saúde. Por meio de sua assessoria,
o ministério informou que "a demissão foi uma decisão de governo, seguida pela pasta, e está relacionada à votação da Previdência,
quando Maninha não seguiu a
orientação do governo".
Segundo Andrade, ele foi chamado no gabinete do ministro
Humberto Costa (Saúde) por volta de 19h de ontem e comunicado
da demissão. "De forma muito
clara e objetiva o ministro Humberto Costa disse que estava falando em nome do presidente Lula.
Ele disse que, diante das posições
assumidas pela Maninha na votação da reforma da Previdência,
estava tomando essa decisão",
afirmou o ex-diretor da Funasa.
A deputada faz parte do grupo
de oito parlamentares que se abstiveram na votação em primeiro
turno do texto da reforma e da
proposta da oposição para o pagamento de pensões integrais. Esses deputados já disseram que vão
repetir o voto no segundo turno.
Servidor concursado do Ministério da Saúde, Andrade é um dos
fundadores do PT, secretário-geral do partido no Distrito Federal
e ex-secretário de Administração
no governo Cristovam Buarque.
"Não foi o meu marido que foi
demitido, ele é secretário-geral do
PT, foi indicado pela direção nacional da Força Socialista, tem
carreira própria", disse Maninha.
Para Andrade, o gesto foi semelhante ao de um "tribunal stalinista". "O PT está sem rumo. Só um
partido sem rumo para tomar
uma atitude fascista como essa. O
PT não é propriedade da Articulação [tendência majoritária]."
Apesar de dizer que não foi uma
decisão da legenda, o presidente
do PT, José Genoino, defendeu a
medida. "Não é ação do partido,
mas a deputada não tem do que
reclamar, ela não está fazendo
oposição? E ele, como um dos
fundadores do PT, tem de ter responsabilidade partidária."
Senado
Os senadores da base governista
defenderam ontem, em reunião
com o ministro da Previdência,
Ricardo Berzoini, mudanças na
reforma previdenciária aprovada
na Câmara, sobretudo nas regras
do subteto salarial para os Executivos estaduais e municipais.
O próprio presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anfitrião do encontro de Berzoini
com senadores do bloco governista (PT, PSB, PTB e PL), do
PMDB e do PPS, afirmou depois
que a Casa ainda precisa ser "convencida" a aprovar o texto da reforma que sairá da Câmara.
(FK)
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