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São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2003

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Depoente acusa superfaturamento em São Paulo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ex-coordenador administrativo-financeiro da empreiteira Mendes Júnior, Simeão Damasceno de Oliveira disse ontem, ao depor na CPI do Banestado, que houve superfaturamento de cerca de R$ 550 milhões na construção da avenida Água Espraiada, em São Paulo. A obra custou R$ 796 milhões. O desvio teria ocorrido nas gestões dos ex-prefeitos Paulo Maluf e Celso Pitta.
Maluf e Pitta, por meio de assessores, negam ter conta no exterior e refutam a possibilidade de superfaturamento. A empreiteira informou que não irá comentar as declarações.
À CPI, Oliveira disse que nunca entregou "dinheiro direto" a ninguém. No primeiro de três depoimentos ao promotor Silvio Marques, do Ministério Público do Estado de São Paulo -posteriormente retificado em cartório-, ele apresentou Maluf e Pitta como beneficiários dos desvios.
Na empreiteira, conforme revelado, Oliveira controlava um caixa dois, produto de medições falsificadas da Água Espraiada e notas frias de empresas subcontratadas. O dinheiro, seguindo a orientação por escrito de diretores da Mendes Júnior, era encaminhado a doleiros, que faziam remessas para o exterior.
Na explicação de Oliveira, a retificação do depoimento ao Ministério Público foi feita pois ele não teria como provar que Maluf e Pitta receberam o dinheiro. Os nomes dos ex-prefeitos, disse ele ontem, teriam surgido em "rodas de cachaça".
"O depoimento foi importante. Ao tentar negar [que conhecia o destino do dinheiro desviado], ele confirmou. É talvez o maior escândalo do país", declarou o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).


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