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Depoente acusa
superfaturamento
em São Paulo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ex-coordenador administrativo-financeiro da empreiteira
Mendes Júnior, Simeão Damasceno de Oliveira disse ontem, ao depor na CPI do Banestado, que houve superfaturamento de cerca de R$ 550 milhões na construção da avenida
Água Espraiada, em São Paulo.
A obra custou R$ 796 milhões.
O desvio teria ocorrido nas gestões dos ex-prefeitos Paulo Maluf e Celso Pitta.
Maluf e Pitta, por meio de assessores, negam ter conta no
exterior e refutam a possibilidade de superfaturamento. A
empreiteira informou que não
irá comentar as declarações.
À CPI, Oliveira disse que
nunca entregou "dinheiro direto" a ninguém. No primeiro de
três depoimentos ao promotor
Silvio Marques, do Ministério
Público do Estado de São Paulo
-posteriormente retificado
em cartório-, ele apresentou
Maluf e Pitta como beneficiários dos desvios.
Na empreiteira, conforme revelado, Oliveira controlava um
caixa dois, produto de medições falsificadas da Água Espraiada e notas frias de empresas subcontratadas. O dinheiro, seguindo a orientação por
escrito de diretores da Mendes
Júnior, era encaminhado a doleiros, que faziam remessas para o exterior.
Na explicação de Oliveira, a
retificação do depoimento ao
Ministério Público foi feita pois
ele não teria como provar que
Maluf e Pitta receberam o dinheiro. Os nomes dos ex-prefeitos, disse ele ontem, teriam
surgido em "rodas de cachaça".
"O depoimento foi importante. Ao tentar negar [que conhecia o destino do dinheiro
desviado], ele confirmou. É talvez o maior escândalo do país",
declarou o presidente da CPI,
senador Antero Paes de Barros
(PSDB-MT).
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