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FHC já pensa na eleição
de 2006 como candidato
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso busca tirar
proveito da autofagia entre os
presidenciáveis tucanos José Serra, prefeito de São Paulo, e Geraldo Alckmin, governador paulista,
para que seja o candidato do
PSDB em 2006 e volte ao Palácio
do Planalto em 2007.
Em conversas com políticos do
PSDB, PMDB e PFL nas últimas
semanas, FHC deixou claro que
deseja ser uma "terceira via" entre
Serra e Alckmin, que se digladiam
nos bastidores. Avalia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
não terá condições de se candidatar e que, se o fizer, acabará sendo
derrotado por um tucano.
Diferentemente do comportamento pré-crise, quando dizia
que cobiçava apenas arbitrar a
disputa tucana, FHC passou a cogitar uma terceira candidatura
-governou de 1995 a 2002.
Ao fazer análises sobre a situação política, FHC primeiro acredita que a crise tem uma dinâmica
de imprevisibilidade que só prejudica o governo. "Eles não têm
estratégia. Perderam o controle."
"Só posso disputar se houver o
caos", afirmou a um amigo. Sua
avaliação da crise prevê que esse
cenário já está se materializando.
Indagado se Serra não seria um
candidato com mais chance, responde: "Tenho condições de reunir maior apoio político e empresarial". Serra, que segundo a última pesquisa Datafolha derrotaria
Lula no segundo turno, é um político com idéias que assustam parte do mercado financeiro e do empresariado. Seria mais imprevisível que FHC e teria dificuldades
em se aliar ao PFL nacional.
Já o ex-presidente avalia que seria bem recebido pelos pefelistas,
que o apoiaram durante sete anos
-romperam no último ano porque FHC bancou Serra em 2002.
Ou seja, a boa posição de Serra
nas pesquisas é um dado favorável, mas não suficiente para liderar uma grande aliança anti-PT.
FHC acha que ele lideraria.
Para as críticas de que sua política econômica foi copiada por Lula e que ela mantém a estabilidade
monetária ao custo de um baixo
crescimento, FHC diz que enfrentou uma série de crises externas
(sete) num momento em que ainda tentava consolidar a estabilidade monetária e a responsabilidade fiscal. Já Lula, sem crises externas, teria mantido uma política
restrita demais.
A crítica de que sua eventual
eleição seria uma "volta ao passado" também é rebatida. FHC afirma que a lembrança de um governo sem sobressaltos políticos, no
qual ele abafava CPIs, seria favorável a ele. "Lula está diminuindo
com o tempo", diz FHC.
O ex-presidente tem se posicionado oficialmente a favor da candidatura de Alckmin. Mas faz um
comentário que deixou intrigados
interlocutores recentes: "Parece
que ele não está se viabilizando".
Sobre Serra, FHC diz que ele está "amarrado" à cadeira de prefeito. O prefeito, porém, movimenta-se fortemente para ser candidato.
(KENNEDY ALENCAR)
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