São Paulo, sexta-feira, 21 de agosto de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Redoma para Dilma

Embora Dilma Rousseff tenha se envolvido por inteiro na operação salva Sarney, até o ponto de participar da derradeira reunião em que os senadores do PT foram enquadrados para votar a favor do presidente do Senado no Conselho de Ética, a ordem agora é retirar a ministra da linha de tiro, tanto neste caso quanto no embate com a ex-secretária da Receita Lina Vieira.
Além da preocupação com a pecha de "mentirosa" que a oposição procura carimbar na candidata de Lula, voltou a ganhar corpo no governo o argumento de que é muita coisa acumular gestão, tratamento de saúde e embate eleitoral. Será criado um grupo, com a participação do ex-ministro José Dirceu, para tomar a frente nas respostas aos ataques a Dilma.




Brigada. Desde sempre cogitado para atuar na campanha de Dilma, o ex-prefeito de Recife João Paulo endossa a conveniência de blindá-la: "É mais do que necessário criar um birô de monitoramento e evitar a superexposição".

Multiuso. Escolhido, sempre por exclusão, para presidir a CPI da Petrobras e ler a nota do PT em defesa do arquivamento das investigações sobre Sarney, o suplente João Pedro (AM) é o mais cotado para substituir Aloizio Mercadante na liderança da sigla.

Dever cumprido. Um dia depois de arquivar em tempo recorde 11 pedidos de investigação contra Sarney, Paulo Duque (PMDB-RJ) foi "bater um papo amistoso" com o presidente do Senado. "Ele estava tranquilão", relatou, satisfeito, na saída.

Na moita 1. Também o DEM viveu momentos de tensão no Conselho de Ética. José Agripino (RN) teve de fazer um apelo dramático diante das ameaças de seus liderados de votarem com Sarney.

Na moita 2. "Será devastador para o partido e para mim", disse. Ainda assim, ACM Júnior (BA) se recusou a votar. Até o último instante, não se sabia se iria para o sacrifício Eliseu Resende (MG), sócio de Sarney, ou Heráclito Fortes (PI), primeiro-secretário. Na hora H, foi o primeiro.

Evolução. E-mail que chegou ao gabinete de um senador: "Pelo amor de Darwin, fechem este Senado!".

Aperto. Com duas baixas no PT (de Marina Silva, já anunciada, e Flávio Arns, a caminho), somadas à provável saída de Valter Pereira e Mão Santa do PMDB, o governo passa a ter, ao menos no papel, margem de dois votos para encarar qualquer votação que exija quorum qualificado no Senado. Não que o Senado esteja votando alguma coisa.

Deixa sair. Do ministro Tarso Genro (Justiça), sobre a chance de o PT pedir o mandato de Marina: "Qualquer atitude nossa nesse sentido seria rançosa e equivocada".

Ato secreto. Sumiu sem deixar rastros o original do processo da comissão de sindicância que investigou o uso de apartamento do Senado por um dos filhos do ex-diretor de RH João Carlos Zoghbi. Há uma cópia para abrir o processo administrativo, mas a defesa pode tentar anular o procedimento com base nessa filigrana burocrática.

Química. O governador José Serra compareceu ontem em São Paulo à posse de Sergio Leite na presidência da Federação dos Químicos, ligada à Força Sindical. A cúpula da central estava em peso no evento. A despeito de suas rusgas com Paulinho, o tucano foi para lá de bem recebido.

Trem goiano. O PSDB representará contra Lula no TSE devido ao lançamento, feito pelo presidente, da candidatura de Henrique Meirelles ao governo de Goiás. A sigla reuniu comunicados da prefeitura de Goiânia dando ponto facultativo aos servidores no dia da visita, anúncios exortando a população a comparecer e imagens de Lula louvando as virtudes de candidato do presidente do BC.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Depois de oito anos, o Paraná descobriu que tinha um senador do PT. Aliás, um senador com dupla personalidade, porque vota com o PSDB."

Do deputado petista ANDRÉ VARGAS sobre seu conterrâneo Flávio Arns, que disse sentir "vergonha de estar no PT" após o partido ter livrado a cara de Sarney no Conselho de Ética.

Contraponto

Agora aguenta

Em recente visita ao interior paulista, Geraldo Alckmin acabou na tribuna do clássico Corinthians x Palmeiras, em Presidente Prudente. Santista, o ex-governador e atual secretário estadual do Desenvolvimento reclamou com Fabio Lepique, responsável por sua agenda.
-Você me trouxe aqui porque é corintiano, né?
-É que o estádio está lotado...- justificou o assessor.
A despeito disso, quando o Palmeiras marcou o terceiro gol Lepique começou a apressar Alckmin para que saíssem dali rumo a outro evento.
O tucano não perdoou:
-Calma! Vamos esperar até o final. O jogo está bom...



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