São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2000

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PAINEL


Freio político
FHC usou a reunião de ontem do ministério para tentar conter a ação de ministros que brigam no Congresso para mudar o Orçamento de 2001 e garantir mais dinheiro para suas pastas. Alvos principais: Padilha (Transportes) e Serra (Saúde), craques na matéria de fazer o Congresso mudar a proposta do Executivo.

Aviso prévio
O Planalto teme particularmente a ação dos ministros-candidatos. O Orçamento de 2001 será o último que eles terão para gastar antes das eleições. Caso, por exemplo, de Fernando Bezerra (Integração Nacional), mas também de Paulo Renato (Educação), que já se declarou candidato ao Senado por SP.

Conta-gotas
Antes da reunião ministerial, FHC falou com líderes partidários. Disse que o Congresso precisa resistir às pressões e manter a "espinha dorsal" do Orçamento do próximo ano. Depois, durante a execução, pode ir dando mais fôlego aos ministros. Como tem feito em 2000.

Barba e cabelo
Martus Tavares (Planejamento) apareceu de barba na reunião de ontem no Planalto. Pedro Parente (Casa Civil) ficou no pé do ministro: "Camarada Martus", repetia. Até que Martus reagiu: "Pelo menos eu não sou careca!". Risos e silêncio.

Luva de pelica
O apadrinhamento ostensivo de ACM a Tasso Jereissati em 2002 inquieta os tucanos. "O Tasso é um excelente nome para a sucessão de FHC, mas precisa construir sua candidatura de dentro para fora do PSDB. Jamais de fora para dentro", diz o líder Aécio Neves (MG).

Via de mão dupla
FHC decidiu dar prioridade à votação na Câmara do fundo da pobreza de ACM. Motivo: boa parte do dinheiro necessário para o projeto "Alvorada", o programa social do governo para as regiões mais pobres, sairá da proposta do senador baiano.

Sinal amarelo
O novo diretor do Denatran, Délio Cardoso, se diz arrependido de ter feito campanha em 98 contra o controle eletrônico de velocidade do trânsito em Brasília. Perdeu votos na reta final da eleição. "Fui mal-interpretado. Não era contra os radares, mas contra a indústria da multa".


Parabéns a você
Ontem, completaram-se três meses de lançamento do Plano Nacional de Segurança. Na ocasião, FHC disse que o ministro José Gregori iria "se dedicar em tempo integral" à luta contra a violência. Alguém percebeu o resultado de tanta dedicação?

Do you know Lalau?
A busca a Lalau chegou à Rússia. A embaixada brasileira em Moscou distribuiu cartazes com o dizer "Wanted" e a foto do ex-juiz. O estilo lembra o Velho Oeste. O resultado, o Brasil.

Índios armados
A Funai detectou que garimpeiros estão distribuindo armas de fogo para índios ianomâmis de Roraima. Em troca, poderiam explorar áreas da reserva. A Polícia Federal foi acionada.

Voto nulo
Alívio nos comitês de Marta Suplicy e Paulo Maluf. O prefeito Celso Pitta anunciou que, num eventual segundo turno entre os dois, votará em branco.

Perigo rosa-choque
Na esteira de Erundina, Alckmin ataca a origem de Marta. No programa de rádio do tucano, uma voz diz que é um engano pensar que o PT mudou só porque a candidata é da "elite".

Acordo regional
O PPS e o PT fecharam acordo em Macéio. Quem chegar ao segundo turno apoiará o outro contra a prefeita, Kátia Born, do PSB, líder nas pesquisas.

Homenagem
Será inaugurada hoje a exposição "José Sarney: o Poeta e o Defensor da Liberdade", homenagem fotobiográfica aos 70 anos do ex-presidente. Na galeria do Centro Cultural da Academia Brasileira de Letras, no Rio.

TIROTEIO

De Hélio Bicudo, vice de Marta Suplicy, sobre os ataques de Luiza Erundina (PSB) à petista:
- Erundina está chutando a bola errada.

CONTRAPONTO
Condenado a voar
Aproveitando-se da onda olímpica, Paulo Octávio (PFL-DF) lança hoje um livro em que conta os bastidores da frustrada campanha para fazer de Brasília a sede da Olimpíada de 2000.
O projeto arquitetônico da vila olímpica, conta Paulo Octávio, foi desenhado por Oscar Niemeyer. No dia marcado para a apresentação do projeto, o arquiteto, que tem pavor de avião, e o deputado combinaram de se encontrar às 8h, no aeroporto do Galeão (RJ), de onde embarcariam, em um vôo previsto para as 9h, rumo a Brasília.
Niemeyer chegou às 9h30. Mas deu azar. O vôo estava atrasado. Percebendo a angústia do arquiteto, o deputado propôs:
- Podemos ir de jatinho...
Niemeyer percebeu então a chance de ainda escapar:
- Jatinho? Não! Se eu for, tem de ser em um DC-10!
Paulo Octávio emendou:
- É o avião que nos espera!


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