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São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2003

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Ataque à mata e terra irregular marcam região

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA

EM SÃO FÉLIX DO XINGU

Caminhões que trafegam livremente à noite carregados de madeira, queimadas e dezenas de quilômetros de áreas devastadas impunemente. Esse é o retrato da zona rural de São Félix do Xingu.
A Agência Folha circulou por ramais de estradas de terra na última quinta-feira e constatou pelo menos dez queimadas em menos de 24 horas. "Essa é a lógica aqui. Primeiro vem o madeireiro e retira as árvores. Depois, vem o grileiro e o fazendeiro e tomam posse da terra com seus seguranças armados para criar gado", explica o agricultor Luiz Gomes Ribeiro, morador da Vila Taboca.
O procurador da República em Belém, Felício Pontes, que esteve na região há dois anos confirma a destruição ambiental: "Há áreas em São Félix do Xingu que não podem ser tocadas porque são da União. É preciso que se desenhe com urgência um mosaico de unidades de conservação para que seja definido o que pode ser cultivado e o que não pode".

Meio Ambiente
Para o secretário de Meio Ambiente de São Félix do Xingu, Rogério Almeida, "a questão ambiental na cidade está relacionada ao problema de conflitos fundiários". "O Ibama não sabe de quem é determinada terra porque não há registros de posse, então ninguém poderá ser responsabilizado por crimes ambientais", disse.
Para o secretário, a solução do problema ambiental passa pela regularização das terras: "Hoje a atuação estadual e federal é praticamente inexistente em São Félix do Xingu. O Incra nunca conseguirá solucionar os problemas fundiários na região com a implantação de projetos de assentamento isolados, que estão sendo feitos na zona rural". Segundo ele, 70% das propriedades não tem título. E, quando possuem, são em geral questionáveis. (MS)


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