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Ataque à mata e terra irregular marcam região
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA
EM SÃO FÉLIX DO XINGU
Caminhões que trafegam livremente à noite carregados de madeira, queimadas e dezenas de
quilômetros de áreas devastadas
impunemente. Esse é o retrato da
zona rural de São Félix do Xingu.
A Agência Folha circulou por
ramais de estradas de terra na última quinta-feira e constatou pelo
menos dez queimadas em menos
de 24 horas. "Essa é a lógica aqui.
Primeiro vem o madeireiro e retira as árvores. Depois, vem o grileiro e o fazendeiro e tomam posse
da terra com seus seguranças armados para criar gado", explica o
agricultor Luiz Gomes Ribeiro,
morador da Vila Taboca.
O procurador da República em
Belém, Felício Pontes, que esteve
na região há dois anos confirma a
destruição ambiental: "Há áreas
em São Félix do Xingu que não
podem ser tocadas porque são da
União. É preciso que se desenhe
com urgência um mosaico de unidades de conservação para que
seja definido o que pode ser cultivado e o que não pode".
Meio Ambiente
Para o secretário de Meio Ambiente de São Félix do Xingu, Rogério Almeida, "a questão ambiental na cidade está relacionada
ao problema de conflitos fundiários". "O Ibama não sabe de quem
é determinada terra porque não
há registros de posse, então ninguém poderá ser responsabilizado por crimes ambientais", disse.
Para o secretário, a solução do
problema ambiental passa pela
regularização das terras: "Hoje a
atuação estadual e federal é praticamente inexistente em São Félix
do Xingu. O Incra nunca conseguirá solucionar os problemas
fundiários na região com a implantação de projetos de assentamento isolados, que estão sendo
feitos na zona rural". Segundo ele,
70% das propriedades não tem título. E, quando possuem, são em
geral questionáveis.
(MS)
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