|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CPI DO MENSALÃO
Só transportei R$ 700 mil, diz Genu
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O assessor do PP João Cláudio
de Carvalho Genu, 41, apontado
como um dos receptores do dinheiro do esquema de Marcos
Valério, corroborou ontem em
depoimento à CPI do Mensalão a
versão do caso apresentada pela
cúpula pepista e, a exemplo de
outros depoentes, afirmou ter
apenas transportado o dinheiro
que Marcos Valério e o PT repassaram a partidos aliados.
Segundo planilha apresentada
por Valério, o PP, por meio de Genu, foi o destinatário de R$ 4,1 milhões do esquema. O PP afirma
ter recebido apenas R$ 700 mil,
dinheiro que teria sido usado em
sua totalidade no pagamento do
advogado do deputado Ronivon
Santiago (PP-AC), que enfrenta
diversos processos eleitorais.
A versão foi confirmada ontem
por Genu -chefe-de-gabinete do
líder da bancada do PP na Câmara, José Janene (PR)-, embora
ele tenha feito condicionantes que
dão margem a dúvidas.
Uma delas se dá porque Genu
diz que não conferia os pacotes de
dinheiro que recebia da gerente financeira de Valério, Simone Vasconcelos, e que os entregava lacrados à direção do partido. Ele
sustenta ter transportado R$ 700
mil apenas com base em recibos
que assinou ao receber os pacotes.
Questionado pelo deputado Julio Redecker (PSDB-RS) sobre se
poderia ter transportado os R$ 4,1
milhões sem saber, respondeu: "É
possível". Genu disse ainda que só
soube agora da versão de que o dinheiro foi destinado a Ronivon.
O assessor disse ainda na CPI
que esteve apenas quatro vezes na
agência do Banco Rural de Brasília -local de distribuição do dinheiro das contas de Valério-,
embora registros de entrada na
portaria do prédio apontem para
mais visitas. Em todas as ocasiões,
ele afirmou que fez o serviço por
solicitação de um contador do PP
já morto, mas que a ordem era
confirmada por Janene e pelo presidente do PP, Pedro Corrêa (PE).
"Vamos ter que chamar o espírito do Chico Xavier para presidir
essa sessão", ironizou o deputado
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), ao
lembrar que são atribuídas a pessoas mortas muitos papéis-chave
no atual escândalo.
Genu negou que tenha participado de tráfico de influência em
estatais e disse que seu patrimônio, que inclui casa de luxo e vários carros, é compatível com sua
renda. Genu confirmou ainda que
acompanhou Janene em várias visitas à corretora Bônus-Banval.
Texto Anterior: Emprego será principal meta do PMDB Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Intelectuais: Em carta a alunos, Chaui explica seu silêncio Índice
|