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CASO MALUF
Dinheiro saiu de conta no Safra National Bank, de Nova York
Flávio Maluf fez depósito de US$ 500 mil para sogra
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Flávio Maluf, filho do ex-prefeito Paulo Maluf (PP), transferiu
US$ 500 mil para uma conta bancária da sogra dele, Maria Aparecida Feitosa Coutinho Torres, no
Safra National Bank de Nova
York (EUA).
O dinheiro depositado no exterior, segundo o Ministério Público e a Polícia Federal, tem como
origem o suposto desvio de verba
de obras públicas durante a gestão de Maluf na Prefeitura de São
Paulo, entre 1993 e 1996.
A movimentação internacional
foi descoberta por meio da quebra do sigilo bancário da conta
Chanani, no Safra de Nova York.
A conta é atribuída aos Maluf.
Segundo extratos bancários da
Chanani, no dia 23 de dezembro
de 1998, US$ 500 mil foram transferidos para a conta nš 6101704,
cujo nome fantasia é Cernobbio
Villa D'Este (nome de um hotel de
luxo na Itália).
Documentos enviados pelo
banco ao Brasil revelam que a
proprietária da conta é a mãe da
advogada Jacqueline de Lourdes
Coutinho Torres Maluf, casada
com Flávio. O nome da filha consta como beneficiária dos valores
depositados.
A movimentação internacional
foi confirmada pelo doleiro Vivaldo Alves, conhecido como Birigüi. Em depoimento gravado ao
Ministério Público, o doleiro disse
que a transferência foi uma ordem de Flávio.
No total, o doleiro afirmou que
aproximadamente US$ 161 milhões circularam em contas bancárias nos Estados Unidos em nome dos Maluf. Nenhuma movimentação foi declarada no Brasil.
Contas
A Chanani é apenas uma das dezenas de contas bancárias que o
Ministério Público atribui à família Maluf no exterior.
Além da movimentação apontada nos Estados Unidos, o promotor de Justiça da Cidadania Sílvio Marques acredita que os Maluf tenham movimentado cerca
de US$ 446 milhões em contas
bancárias na Suíça.
Há ainda registro de movimentação financeira atribuída aos
Maluf no paraíso fiscal da ilha de
Jersey (canal da Mancha). Autoridades de Jersey bloquearam contas com pelo menos US$ 200 milhões em nome de Maluf e de familiares dele, conforme a Folha
revelou em 2001.
Também há registros de contas
em nome da família do ex-prefeito na França, no Reino Unido e
Luxemburgo.
Maluf e o filho devem ser ouvidos hoje, pela primeira vez desde
que foram presos, pelo juiz federal Paulo Sarno, que está substituindo a juíza Silvia Maria Rocha.
Será o primeiro interrogatório
dos dois no processo em que são
acusados de lavagem de dinheiro,
evasão de divisas, formação de
quadrilha e corrupção -a soma
das penas mínimas é de oito anos
de prisão.
Na noite de ontem, advogados
dos Maluf pediram ao juiz que
transferisse o interrogatório para
nova data. Alegaram que não
houve tempo hábil para analisar
toda a documentação. O pedido
foi negado pelo juiz.
O ex-prefeito e o filho negam ter
enviado dinheiro de forma ilegal
para o exterior e dizem que a conta bancária no Safra de NY pertence a Birigüi.
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