São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2008

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No ABC, partido gasta mais que Marta em SP

ADRIANO CEOLIN
NO ABC PAULISTA

De olho no governo do Estado em 2010, a direção nacional do PT investe pesado para vencer em São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema e Mauá, na região do ABC. Juntas, as campanhas petistas pretendem gastar, por eleitor, quase cinco vezes o que Marta Suplicy gastará em São Paulo. Na região, o voto vai custar até R$ 14,47 contra R$ 3,21 na capital.
"São prioridades. São cidades-pólo, com grande concentração de votos e que devem ter segundo turno", afirmou Paulo Ferreira, secretário de Finanças da sigla. "Em São Bernardo há um contorno distinto que justifica o investimento", disse, referindo-se à cidade onde o PT deve gastar até R$ 15 milhões.
O presidente do PT paulista, Edinho Silva, reforça a importância da região. "São cidades que estão na história do PT. Passamos por dificuldades, mas agora é hora de acumularmos forças para 2010."
Apostando na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Previdência Social Luiz Marinho enfrenta o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), que conta com o apoio do atual prefeito, Willian Dib (PSB).
Até o mês passado, o tucano aparecia na frente nas pesquisas. O quadro mudou após a ida do presidente à cidade. "Mesmo assim, com todo esse dinheiro e com Lula, estamos empatados", disse Morando.
Marinho sonha em vencer no primeiro turno, mas já tem articulado o apoio do deputado estadual Alex Manente (PPS) para o segundo turno. "A gente só ganha [no primeiro turno] se eles fizerem tudo errado e a gente acertar tudo", disse Tarcísio Secoli, coordenador-geral da campanha de Marinho.
Em Santo André, as chances de o PT vencer no primeiro turno são maiores, apesar dos problemas enfrentados na pré-campanha. O partido realizou prévias para definir o candidato e rachou. Com o apoio do atual prefeito João Avamileno, o deputado estadual Vanderlei Siraque venceu a convenção por uma diferença de 22 votos contra a atual vice-prefeita, Ivete Garcia. Ela contou com o apoio do grupo do prefeito Celso Daniel, morto em 2002.
Entre eles, o chefe-de-gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, e Miriam Belchior, secretária-executiva do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "É óbvio que ficam alguns resquícios, mas estamos superando", afirmou Vagner de Castro, coordenador-geral da campanha.
O assassinato de Celso Daniel -crime que segue sem solução até hoje- parece não assombrar mais o PT em Santo André. "Exploraram muito isso na campanha em 2004. Hoje é assunto encerrado", afirmou Siraque. Os adversários do petista são Newton Brandão (PSDB), Raimundo Salles (DEM) e Aidan Ravin (PTB).

Disputa acirrada
Em Diadema, onde petistas e ex-petistas estão à frente da prefeitura desde 1982, a disputa será acirrada. Deputado estadual em segundo mandato, Mário Reali (PT) está na sua primeira campanha majoritária contra o também deputado estadual José Augusto (PSDB).
Augusto foi prefeito entre 1989 e 1992, quando era filiado ao PT. Em 2004, já pelo PSDB, foi derrotado por uma diferença de apenas 554 votos por José de Filippi Júnior (PT), que disputava a reeleição e hoje trabalha para eleger Reali.
Em Mauá, Oswaldo Dias (PT) aparece com chances de vencer já no primeiro turno, segundo pesquisas locais. Ele foi prefeito por duas vezes (1996-2000 e 2001-2004), e seu adversário mais forte é Chiquinho do Zaíra (PSB).


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