São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / PELO PAÍS

Como Lula, prefeitos vêem aprovação subir

Administradores melhoraram desempenho na avaliação popular nos últimos meses em 7 das 8 capitais pesquisadas pelo Datafolha

Especialistas atribuem a atual percepção positiva de políticos ao desempenho da economia brasileira e à visibilidade das campanhas

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A popularidade recorde registrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em recente pesquisa Datafolha não é um fenômeno isolado. A análise de levantamentos de diferentes institutos mostra que há outros governantes no poder com altas taxas de aprovação alcançadas nos últimos meses.
Em setembro, o Datafolha pesquisou as intenções de voto em oito capitais -governadas por PSDB, PT, PMDB e DEM- e incluiu uma pergunta sobre a avaliação do desempenho de cada prefeito. A comparação dos números obtidos em períodos anteriores mostra que somente o prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), não melhorou seu desempenho.
Os demais -Gilberto Kassab (DEM), em São Paulo, Fernando Pimentel (PT), em Belo Horizonte, José Fogaça (PMDB), em Porto Alegre, Beto Richa (PSDB), em Curitiba, João Henrique (PMDB), em Salvador, Luizianne Lins (PT), em Fortaleza, e João Paulo (PT), em Recife- ampliaram suas avaliações positivas. Alguns deles atingiram grau recorde de popularidade em período recente. Seis são candidatos à reeleição.
É o caso, por exemplo, de Kassab. Em maio de 2006, apenas 10% consideravam sua gestão ótima/boa. Na pesquisa de 12 de setembro, sua popularidade chegou ao recorde, com 50% de aprovação. Na mais recente pesquisa, divulgada na última sexta-feira, o número caiu para 47%.
O mesmo se dá com o tucano Beto Richa, que, em novembro de 2007, tinha 75% de ótimo/ bom, segundo o Datafolha. Em 5 de setembro deste ano, o número chegou a 85%. No último levantamento, divulgado na sexta-feira, ele foi bem avaliado por 81% dos entrevistados.
Pesquisas realizadas entre agosto e setembro pelo Ibope em 94 cidades dos 26 Estados do país mostram que, em 48 delas, o índice de ótimo/bom dado pelos entrevistados a cada um desses prefeitos é superior a 50%. Em apenas oito desses municípios, a taxa de ruim/ péssimo dada pelos entrevistados aos prefeitos no exercício do cargo está acima dos 50%.
Analistas, políticos e cientistas políticos dão diferentes explicações para essa aparente "onda" de popularidade. Uma delas atribui a percepção positiva de políticos no poder ao desempenho da economia brasileira. Outra remete ao processo eleitoral em curso, período em que administrações em geral ficam sob os holofotes e podem, portanto, ser "alavancadas".
"O presidente Lula, por exemplo, ultrapassou pela primeira vez a marca de 50% de aprovação positiva durante a campanha eleitoral de 2006", observa o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.
A exposição nacional na atual campanha eleitoral e os fortes resultados na economia são fatores que explicam o recorde de avaliação positiva atingido por Lula no início deste mês -64% da população brasileira considerou seu governo ótimo ou bom, segundo o Datafolha.
"Há um clima geral de que as coisas estão bem. Isso tem um impacto muito positivo sobre o Lula, sobre governadores e até mesmo sobre os prefeitos", afirma o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB).
"Há um espraiamento do atual momento econômico", concorda o professor João Paulo Peixoto, também da UnB. "Mas não é só isso. Os prefeitos e governadores bem avaliados têm dado, também, respostas políticas e práticas positivas. Do contrário, não estariam em alta", acrescenta.


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