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ELEIÇÕES 2008 / PELO PAÍS
Como Lula, prefeitos vêem aprovação subir
Administradores melhoraram desempenho na avaliação popular nos últimos meses em 7 das 8 capitais pesquisadas pelo Datafolha
Especialistas atribuem a atual percepção positiva de políticos ao desempenho da economia brasileira e à visibilidade das campanhas
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A popularidade recorde registrada pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em recente
pesquisa Datafolha não é um
fenômeno isolado. A análise de
levantamentos de diferentes
institutos mostra que há outros
governantes no poder com altas taxas de aprovação alcançadas nos últimos meses.
Em setembro, o Datafolha
pesquisou as intenções de voto
em oito capitais -governadas
por PSDB, PT, PMDB e DEM-
e incluiu uma pergunta sobre a
avaliação do desempenho de
cada prefeito. A comparação
dos números obtidos em períodos anteriores mostra que somente o prefeito do Rio, Cesar
Maia (DEM), não melhorou
seu desempenho.
Os demais -Gilberto Kassab
(DEM), em São Paulo, Fernando Pimentel (PT), em Belo Horizonte, José Fogaça (PMDB),
em Porto Alegre, Beto Richa
(PSDB), em Curitiba, João
Henrique (PMDB), em Salvador, Luizianne Lins (PT), em
Fortaleza, e João Paulo (PT),
em Recife- ampliaram suas
avaliações positivas. Alguns deles atingiram grau recorde de
popularidade em período recente. Seis são candidatos à
reeleição.
É o caso, por exemplo, de
Kassab. Em maio de 2006, apenas 10% consideravam sua gestão ótima/boa. Na pesquisa de
12 de setembro, sua popularidade chegou ao recorde, com
50% de aprovação. Na mais recente pesquisa, divulgada na
última sexta-feira, o número
caiu para 47%.
O mesmo se dá com o tucano
Beto Richa, que, em novembro
de 2007, tinha 75% de ótimo/
bom, segundo o Datafolha. Em
5 de setembro deste ano, o número chegou a 85%. No último
levantamento, divulgado na
sexta-feira, ele foi bem avaliado
por 81% dos entrevistados.
Pesquisas realizadas entre
agosto e setembro pelo Ibope
em 94 cidades dos 26 Estados
do país mostram que, em 48 delas, o índice de ótimo/bom dado pelos entrevistados a cada
um desses prefeitos é superior
a 50%. Em apenas oito desses
municípios, a taxa de ruim/
péssimo dada pelos entrevistados aos prefeitos no exercício
do cargo está acima dos 50%.
Analistas, políticos e cientistas políticos dão diferentes explicações para essa aparente
"onda" de popularidade. Uma
delas atribui a percepção positiva de políticos no poder ao desempenho da economia brasileira. Outra remete ao processo
eleitoral em curso, período em
que administrações em geral ficam sob os holofotes e podem,
portanto, ser "alavancadas".
"O presidente Lula, por
exemplo, ultrapassou pela primeira vez a marca de 50% de
aprovação positiva durante a
campanha eleitoral de 2006",
observa o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.
A exposição nacional na atual
campanha eleitoral e os fortes
resultados na economia são fatores que explicam o recorde de
avaliação positiva atingido por
Lula no início deste mês -64%
da população brasileira considerou seu governo ótimo ou
bom, segundo o Datafolha.
"Há um clima geral de que as
coisas estão bem. Isso tem um
impacto muito positivo sobre o
Lula, sobre governadores e até
mesmo sobre os prefeitos",
afirma o cientista político David Fleischer, da Universidade
de Brasília (UnB).
"Há um espraiamento do
atual momento econômico",
concorda o professor João Paulo Peixoto, também da UnB.
"Mas não é só isso. Os prefeitos
e governadores bem avaliados
têm dado, também, respostas
políticas e práticas positivas.
Do contrário, não estariam em
alta", acrescenta.
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