São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2000

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GOVERNO
Presidente tenta tirar da oposição e de ACM a bandeira por salário maior
FHC articula o aumento do mínimo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu tirar da oposição e do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), a bandeira do aumento do salário mínimo superior aos 5,57% previstos na proposta orçamentária da União para 2001 que está tramitando no Congresso.
FHC tratou do assunto ontem com dois aliados no Congresso: o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), e o presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PA).
Em café da manhã, o líder recebeu o sinal verde do presidente para apresentar emenda ao Orçamento, em 2 de novembro, para aumentar o índice de reajuste do mínimo. Arruda disse que vai estudar formas de cortar gastos ou de aumentar a receita para fixar um reajuste maior.
Segundo Arruda, o objetivo é elevar o mínimo para cerca de R$ 180 -valor defendido por ACM e pelas centrais sindicais-, mas ele não sabe se isso será possível.
""O presidente está apoiando a tentativa de encontrar caminhos para aumentar o mínimo, desde que seja feita de maneira responsável e tenha fontes de receita."
Arruda conversou ontem com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, sobre o assunto. Malan teria apoiado o aumento, mas disse que a questão não pode ser tratada de forma ""demagógica".
O presidente do PMDB foi ao Palácio da Alvorada dizer a FHC que o partido defende que sejam encontradas formas de dar um reajuste maior do que os 5,57%.
""O assunto tende a ser discutido de forma lúcida e racional. Não pode ser tratado de forma demagógica. O PMDB apóia a proposta do relator do Orçamento, senador Amir Lando (PMDB-RO), de cobrar Imposto de Renda sobre as aplicações financeiras dos fundos de pensão", disse Jader.
Segundo ele, FHC concorda com a taxação dos fundos de pensão e estimulou que outras fontes sejam encontradas. ""Cabe à engenhosidade parlamentar o encontro de outras opções, tanto na redução de custos quanto no aumento de receita", afirmou Jader.
O presidente do PMDB conversou ontem com Lando. Os dois combinaram que o PMDB vai coordenar o movimento de busca de opções para alterar o Orçamento, com o objetivo de dar um reajuste maior ao mínimo.
Em abril deste ano, o PMDB entrou em confronto com o PFL por causa do reajuste, que ocorreria em maio. Enquanto ACM liderava posição pefelista em defesa de um salário equivalente a cerca de US$ 100, o PMDB acompanhou a proposta do governo, de fixação dos R$ 151 atuais.



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