|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GOVERNO
Presidente tenta tirar da oposição e de ACM a bandeira por salário maior
FHC articula o aumento do mínimo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu tirar da
oposição e do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), a bandeira do aumento
do salário mínimo superior aos
5,57% previstos na proposta orçamentária da União para 2001 que
está tramitando no Congresso.
FHC tratou do assunto ontem
com dois aliados no Congresso: o
líder do governo no Senado, José
Roberto Arruda (PSDB-DF), e o
presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PA).
Em café da manhã, o líder recebeu o sinal verde do presidente
para apresentar emenda ao Orçamento, em 2 de novembro, para
aumentar o índice de reajuste do
mínimo. Arruda disse que vai estudar formas de cortar gastos ou
de aumentar a receita para fixar
um reajuste maior.
Segundo Arruda, o objetivo é
elevar o mínimo para cerca de R$
180 -valor defendido por ACM e
pelas centrais sindicais-, mas ele
não sabe se isso será possível.
""O presidente está apoiando a
tentativa de encontrar caminhos
para aumentar o mínimo, desde
que seja feita de maneira responsável e tenha fontes de receita."
Arruda conversou ontem com o
ministro da Fazenda, Pedro Malan, sobre o assunto. Malan teria
apoiado o aumento, mas disse
que a questão não pode ser tratada de forma ""demagógica".
O presidente do PMDB foi ao
Palácio da Alvorada dizer a FHC
que o partido defende que sejam
encontradas formas de dar um
reajuste maior do que os 5,57%.
""O assunto tende a ser discutido
de forma lúcida e racional. Não
pode ser tratado de forma demagógica. O PMDB apóia a proposta
do relator do Orçamento, senador
Amir Lando (PMDB-RO), de cobrar Imposto de Renda sobre as
aplicações financeiras dos fundos
de pensão", disse Jader.
Segundo ele, FHC concorda
com a taxação dos fundos de pensão e estimulou que outras fontes
sejam encontradas. ""Cabe à engenhosidade parlamentar o encontro de outras opções, tanto na redução de custos quanto no aumento de receita", afirmou Jader.
O presidente do PMDB conversou ontem com Lando. Os dois
combinaram que o PMDB vai
coordenar o movimento de busca
de opções para alterar o Orçamento, com o objetivo de dar um
reajuste maior ao mínimo.
Em abril deste ano, o PMDB entrou em confronto com o PFL por
causa do reajuste, que ocorreria
em maio. Enquanto ACM liderava posição pefelista em defesa de
um salário equivalente a cerca de
US$ 100, o PMDB acompanhou a
proposta do governo, de fixação
dos R$ 151 atuais.
Texto Anterior: Entenda o caso DNER Próximo Texto: Por mínimo maior, ACM diz estar junto ao PT Índice
|