São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2000

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RUMO A 2002
Governador do Rio tenta tornar-se nome conhecido nacionalmente
Garotinho apóia candidatos no NE

DA SUCURSAL DO RIO

O governador Anthony Garotinho (PDT), nacionalizando seu nome, vai deixar as fronteiras do Estado para fazer, no segundo turno, campanha para políticos de partidos de esquerda fora do Rio de Janeiro.
Ele já acertou o apoio às candidaturas de Kátia Born (PSB) em Maceió e de Inácio Arruda (PC do B) em Fortaleza. Ele grava programas de TV para os dois candidatos e participa de comícios hoje.
Garotinho também se disse animado com a pesquisa Datafolha de intenção de voto para a Presidência publicada no início desta semana pela Folha.
O governador do Rio oscilou entre 7% e 8%, dependendo das quatro situações propostas.
Garotinho se declara surpreso com o número. "Há um ano eu tinha quatro pontos", disse ele, que, oficialmente, nega que pretenda disputar a Presidência.
"Para quem não é candidato, é uma maravilha", afirmou. "Há tempo para todas as coisas. Agora o tempo é de o Garotinho ser governador", disse.

Presidência
Seus assessores mais próximos, contudo, continuam a usar publicamente o nome do governador como presidenciável em 2002.
A Folha apurou que Garotinho se considera imbatível caso o quadro político-econômico se mantenha estável e os concorrentes sejam os mesmos. "Eu levo mole", costuma dizer.
Há o problema da legenda. Até pouco tempo, seu projeto político era sair candidato por uma aliança que reunisse PDT, PSB e PC do B. São do PSB e do PC do B os candidatos que, até agora, o governador do Rio resolveu apoiar no segundo turno.
Hoje, entretanto, Garotinho reconhece que essa aliança é um sonho inviável. Provável perdedor na queda-de-braço com Leonel Brizola pelo controle do PDT, Garotinho teria de estruturar seu grupo em um outro partido, arranjar tempo de TV e enfrentar outros problemas do mesmo tipo. E caso vença a queda-de-braço, ele avalia que o PDT teria se transformado em "uma Bósnia".

PSB
Um partido já foi escolhido como abrigo, o PSB. No último sábado, pela primeira vez, Garotinho conversou pelo telefone com o presidente do PSB, o ex-governador Miguel Arraes, sobre o assunto. Apenas para dizer que só trataria do ingresso em um partido quando se esgotassem todas as possibilidades de permanência no PDT.
Enquanto isso, Garotinho vai gastar seu tempo apoiando candidatos de esquerda. Antes disso, ele havia ido somente a Rondônia, para fazer campanha para dois pedetistas.
Segundo afirmou, Garotinho está indo ao Nordeste a pedido dos candidatos -nessa região ele tem 3% das intenções de voto para a Presidência.
O governador disse que está aberto a outros apoios, desde que seja candidato. "Só posso ir aonde eu sou convidado", afirmou.
(LUIZ ANTÔNIO RYFF)


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