São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2000

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Candidata acusa "campanha insidiosa"

DA REPORTAGEM LOCAL

Marta Suplicy, candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, disse ontem que "a Folha está em uma campanha insidiosa (traiçoeira, pérfida)" contra ela.
A candidata referia-se à reportagem que o jornal publicou ontem, afirmando que ela não compareceria ao debate que seria realizado em parceria com a TV Cultura, e à utilização de reportagens publicadas pelo jornal no horário político de Paulo Maluf.
"Não (vou ao debate), já tinha avisado. A Folha está em uma campanha insidiosa em relação a isso, sem razão. Porque logo na primeira semana, quando começou o segundo turno, nós falamos que não. Porque o tempo do segundo turno é muito curto."
A candidata continuou: "O (debate) da Bandeirantes estava confirmado no ar. Eu fui a um almoço com os irmãos Marinho, na Rede Globo, no Rio, e lá eles confirmaram comigo o (outro) debate e perguntaram se eu iria. Eu falei sim. Então, eu já tinha dado a palavra para duas emissoras".
Questionada durante entrevista à rádio Bandeirantes se seria mais fácil dizer não à Folha do que à Globo, respondeu: "Não (é mais fácil), porque a Folha é o jornal da minha cidade. Eu já disse tudo que quis para a TV Globo. Já fui testemunha em um caso contra a TV Globo. Eu falo as coisas que tenho que falar e pago o preço que tenho que pagar. Estou pagando. A Folha faz manchete todos os dias que o Maluf usa no horário eleitoral. O que que eu posso fazer? É assim".
Depois, em entrevista coletiva, afirmou que o uso de reportagens do jornal por Maluf a tem "prejudicado". "A Folha sabe o uso que está tendo. E, se ela insiste em dar essas manchetes, ela não está mantendo uma neutralidade", respondeu a candidata.
Sobre o debate, Marta disse: "Não vou e não sei por que a Folha está fazendo esse carnaval todo. Se eu tivesse concordado com isso antes, nunca faltaria com a palavra. Agora, fazer esse carnaval todo porque deixei de ir a um debate que nunca tinha dito que iria, acho que não é correto e me deixa indignada. Não vou de jeito nenhum. Expliquei os motivos e disse que esperava ser tratada com o respeito que a Cultura está me tratando e que eles não estão."


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