São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2001

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PAINEL


Prodígio público
Além do salário de presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), 65, tem três aposentadorias no serviço público. Ele obteve duas delas quando tinha pouco mais de 50 anos de idade. Segundo Tebet, as três aposentadorias juntas representam cerca de R$ 8.000 mensais.

Operário padrão
Tebet é aposentado como governador de MS (86-87), como deputado estadual (79-82) e como professor da Universidade Federal de MS em Três Lagoas. Foi deputado por quatro anos e contribuiu por oito, mas recebe a aposentadoria há quase 20. Tebet diz que é tudo legal e ético.

Sindicalismo de resultado
Muita gente no Planalto diz ter fortes suspeitas de que realmente tenha havido desvios nas verbas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) encaminhadas às centrais sindicais. Nos corredores do governo, até apelidou-se o dinheiro destinado ao programa de verba "cala-boca".

Desceu das nuvens
Depois de passar meses dizendo que pretendia disputar a eleição presidencial sem que ninguém acreditasse, Dante de Oliveira (PSDB) desistiu da idéia. Nos próximos dias, avisará FHC de que vai concorrer a um mandato no Senado em 2002.

Silêncio estratégico
Itamar Franco (PMDB) desafiou publicamente Eduardo Azeredo (PSDB) para um debate sobre as suas administrações em Minas Gerais. O ex-governador tucano disse na TV que aceitava o desafio. O peemedebista nunca mais tocou no assunto.

Mapa do otimismo
Garotinho (PSB) fechou o primeiro balanço das alianças estaduais que devem garantir-lhe palanques na disputa presidencial. O governador contará com candidaturas próprias em 13 Estados e com coligações em outros cinco. Em SC, terá o apoio de Luiz Henrique (PMDB).

Questão de prioridade
FHC deixará a decisão sobre o nome do novo ministro da Integração Nacional para quando voltar da viagem à Europa, no dia 31. Vai fazer como Getúlio Vargas: deixar como está para ver como é que fica.

Mina de ouro
Os números do Orçamento explicam o interesse do senador Ney Suassuna (PB) pela Integração Nacional. A bancada da Paraíba tem emendas no valor de R$ 109,8 mi para essa pasta, o que representa 41% do valor total das emendas do Estado.

Trabalho de base
Do total previsto pelas emendas da bancada para obras na Paraíba, apenas R$ 5,9 mi foram pagos até agora. Mesmo com um ou dois meses no ministério, Suassuna -pré-candidato ao governo da PB- poderia empenhar os R$ 109,8 mi e colocar boa parte desse dinheiro na conta das prefeituras do seu Estado.

Cara a tapa
Dois dias após os violentos protestos da CUT no Rio Grande do Sul, o Instituto Tancredo Neves, ligado ao PFL, promove no Estado a palestra "A esquerda brasileira: risco para a democracia", a ser proferida hoje pelo filósofo Olavo de Carvalho.

Evasão zero
Após apresentar o "Fome Zero", o PT começou a elaborar seu plano de governo para a educação. O projeto é coordenado pelo prefeito de São Carlos, Newton Lima, e tem a colaboração de Luiz Pinguelli Rosa e de Cristovam Buarque.

Nome aos bois
O grupo de Roseana identifica em Andrea Matarazzo a origem de notas divulgadas na imprensa contra a governadora. O troco poderá vir na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que vai sabatinar o novo embaixador. O vice da comissão é João Alberto, aliado da pefelista.


TIROTEIO
Do presidente da OAB paulista, Carlos Aidar, sobre as dificuldades do atual presidente do Tribunal de Justiça, Márcio Bonilha, em conseguir fechar acordo para acabar com a greve no Judiciário, que dura 56 dias:
- Não há nenhuma perspectiva de solução antes da eleição do próximo presidente do tribunal [5 de dezembro". Pena que, até lá, os advogados já tenham morrido de fome.



CONTRAPONTO
Sempre cabe mais um

FHC reuniu dias atrás a tropa governista no Palácio do Planalto para discutir a greve nas universidades federais, que se arrasta desde 26 de julho.
Na reunião, estavam presentes cinco ministros e seis líderes de partidos no Congresso, entre outros assessores de FHC.
O presidente fez um relato da situação, falou sobre a proposta apresentada aos professores e funcionários das universidades e disse até onde o governo poderia chegar na negociação.
No final de sua exposição, FHC apresentou oficialmente aos demais o publicitário Luiz Macedo, escolhido para substituir o ministro Andrea Matarazzo na Secretaria de Comunicação Social.
FHC aproveitou para ironizar a situação:
- Pedi ao Macedo que participasse da reunião por um motivo simples. Para ele ver como é fácil trabalhar aqui...



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