São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 2002

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PAINEL


Discurso comprometido
A proposta de Orçamento para 2003 reduz os recursos para Educação (menos 15%), Saúde (menos 1,6%), Segurança Pública (menos 7,5%) e Agricultura (menos 1%), áreas sociais que Serra e Lula prometem reforçar.

Cinto apertado
A proposta de Orçamento, enviada pelo Executivo ao Congresso, tramitará depois do segundo turno. Nota técnica da Comissão de Orçamento aponta que a difícil situação econômica e a queda de arrecadação em 2003 impedirão grandes investimentos do próximo governo.

Fora da lei
Para a comissão, o Orçamento-2003 contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal. As despesas de capital (transações em moeda) são inferiores às operações de crédito (com emissão de títulos públicos): R$ 612,7 bi contra R$ 629,7 bi.

Nova direção
Os líderes do Congresso reúnem-se na quarta para definir a pauta de votações depois do segundo turno. Com a provável vitória de Lula, o PT deverá comandar a reunião.

Rede baiana
ACM virou espécie de porta-voz informal de Lula na Bahia. Dá entrevistas a rádios do interior pedindo votos para o petista. E promete que Lula terá no Estado sua maior votação.

Presença oportuna
Lula sobe quarta-feira no palanque de Luiz Henrique (PMDB-SC), que apoiou Serra no primeiro turno e agora abandonou o candidato tucano.

Ausência estratégica
Lula não irá ao Ceará no segundo turno para evitar contrariar Ciro Gomes, que apóia o tucano Lúcio Alcântara ao governo. O petista José Airton, rival de Alcântara, terá de se contentar com Marta, Mercadante, João Paulo (prefeito do Recife) e Erundina no palanque.

Desembarque incômodo
Serra não perdoa aliados que participam de comitês de apoio a Lula, como Lúcio Alcântara (PSDB-CE), Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Joaquim Roriz (PMDB-DF). Em um eventual governo tucano essas deserções serão cobradas.

Novo endereço
Roseana Sarney, eleita senadora, tentará levar o PFL para a base de apoio do virtual governo Lula. Se não conseguir, poderá trocar o partido por uma sigla aliada do petista: o PL ou o PV, que já abriga Sarney Filho.

Crise de identidade
A cúpula do PPB tentará levar a bancada para apoiar um eventual governo Lula. Líder pepebista diz que os "fisiológicos e governistas" deixariam a sigla se ela ficasse na oposição: "O único risco é o PT não nos querer".

Caixa baixa
O comitê de Serra ainda não pagou salários de jornalistas e publicitários que trabalharam no primeiro turno.

Desconstrução virtual
Nos computadores da Esplanada, há duas correntes de e-mails: uma ironiza a falta de preparo de Lula, com "currículo" ofensivo. Outra chama Serra de inimigo de ministros de FHC.

Guerra de estrelas
O PT quer evitar que o encontro de Lula com artistas, hoje, no Rio, vire ato contra Regina Duarte e Beatriz Segall. Isso poderia reforçar o discurso de vítima no programa tucano de TV.

Barreira estadual
Aliados de João Alves (PFL-SE) picharam muros de Aracaju: "Fora Dutra forasteiro". José Eduardo Dutra (PT), rival de Alves na disputa pelo governo, nasceu em Minas Gerais.

Transfusão eleitoral
O PL foi apelidado no Congresso de O+, referência ao tipo de sangue considerado receptor universal. Será o destino da maior parte dos atuais governistas que decidirem apoiar Lula se o candidato do PT vencer.

TIROTEIO
Do deputado federal Ney Lopes (PFL-RN), explicando sua rejeição à candidatura de Lula:
- Eu só apoio o Lula para administrar o Brasil se o José Alencar deixá-lo administrar a Coteminas.


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