EM SÃO PAULO

O embaixador brasileiro em Roma, Andrea Matarazzo, afirma que cumpriu todas as formalidades exigidas pelo Itamaraty para se licenciar do cargo e que está em São Paulo para tratar de "assuntos particulares".
"Pedi licença sem ônus para o governo. Vim no começo do mês para votar. Ia ficar uma semana. Depois, como minha mulher está fazendo exames de tireóide e pode ser que tenha que ser operada, acabei não voltando", disse o embaixador.
"Desafio qualquer pessoa a dizer que estou trabalhando em alguma coisa [relacionada à campanha de José Serra"", afirmou na última quinta. O embaixador disse que estava num escritório na avenida Paulista. Ao fundo, pelo telefone, ouvia-se uma pessoa falando sobre "distribuição de material do Serra".
Em São Paulo, Matarazzo disse que tem se encontrado com "muita gente" do PSDB. Esteve com Serra e disse que costuma receber visitas, em sua casa, da coordenadora da campanha no Estado, Gilda Portugal. "Mas não estou envolvido com a campanha por falta de condições e por estar com outras preocupações no momento."
Sobre receber o salário durante a licença, Matarazzo disse que seguiu a orientação de sua assessoria em Roma. "Obedeci à orientação do ministro-conselheiro Américo Fontenelle, meu assessor na embaixada."
A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que a autorização para que Matarazzo pudesse licenciar-se será publicada em breve. Ainda não foi devido ao trâmite burocrático do Ministério das Relações Exteriores, justificou a assessoria.
Luiz Fernando Furquim, tesoureiro do comitê financeiro de Serra, foi procurado pela Folha por quatro vezes entre a quarta e a sexta-feira, mas não respondeu aos recados deixados pela reportagem.


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